Com o surgimento de novos detalhes sobre a derrubada de um bombardeiro russo na fronteira entre a Síria e a Turquia na última terça-feira, o primeiro-ministro turco, Ahmet Davutoglu, afirmou hoje ter dado pessoalmente a ordem para derrubar o Su-24 das Forças Armadas da Rússia.
Horas depois do incidente, o presidente da Turquia, Recep Tayyip, ficou na defensiva, garantindo que a aeronave russa teria invadido o espaço aéreo do seu país.
“Nós não queríamos que essa situação acontecesse, mas todos devem respeitar o direito da Turquia de defender suas fronteiras”, disse Erdogan, acrescentando que todas as ações teriam sido executadas de acordo com as regras turcas.
Muitas das alegações turcas, no entanto, já foram colocadas em questão, gerando dúvidas sobre a casualidade dos fatos. Dúvidas que foram reforçadas pelo premier do país, Ahmet Davutoglu, nesta quarta-feira:
“Apesar de todos os avisos, nós tivemos que destruir a aeronave”, disse ele. “As Forças Armadas turcas cumpriram ordens dadas por mim pessoalmente”.
Dada a velocidade dos acontecimentos, as suspeitas de premeditação dos atos turcos, levantadas pelas autoridades russas, são reforçadas pelas próprias afirmações de Ancara de que o espaço aéreo da Turquia teria sido violado por 17 segundos. Esse curto espaço de tempo, segundo as declarações de Davutoglu, teria sido suficiente para o piloto do F-16 entrar em contato com o seu comandante, aguardar essa informação passar por toda uma cadeia de comando, chegando até o primeiro-ministro, receber autorização para atacar e efetivamente derrubar o Su-24, ação que resultou na morte de um militar russo e criou uma nova crise internacional na já problemática fronteira turco-síria.
Contrariando as alegações turcas, o Ministério da Defesa da Rússia já apresentou uma série de evidências de que o avião russo teria se mantido apenas no espaço aéreo da Síria durante todo o seu trajeto.
FONTE: Sputniknews