Legisladores dos EUA foram até Paris na última sexta-feira, para pedir a França que quebre o contrato para a venda de dois navios de guerra para a Rússia, e em vez vender, arrendá-los para a NATO/OTAN.
Três deputados liderados por Eliot Engel, o líder democrata no Comitê de Relações Exteriores da Câmara, escreveram ao secretário-geral Anders Fogh Rasmussen, expressando a preocupação da aliança transatlântica sobre a construção e venda para a marinha russa de dois porta-helicópteros da classe Mistral.
“É fundamental que os países da OTAN não forneçam armas poderosas para melhorar a capacidade da Rússia de intimidar ou até mesmo invadir os seus vizinhos”, disseram os legisladores quinta-feira, referindo-se à agressão do presidente russo Vladimir Putin, na Ucrânia.
Um acordo da OTAN para comprar ou arrendar os navios ” iria enviar um sinal forte ao Presidente Putin, de que os aliados da OTAN, não irão tolerar ou permitir seus movimentos irresponsáveis”, acrescentaram.
Os legisladores advertiram que os navios poderiam ser usados para “melhorar as capacidades expedicionárias da Rússia, muito usada para capturar a Criméia”, em março último, num forte protesto feito pela OTAN e pelo Ocidente.
O Mistral pode transportar 16 helicópteros, quatro lanchas de desembarque, 60 veículos e a França está deixando a porta aberta para voltar a analisar o contrato de US $ 1,6 bilhões em outubro, quando o primeiro navio de guerra tem previsão de entrega para a frota russa.
Desde a anexação da península da Criméia pela Rússia, Washington manifestou repetidas objeções para o negócio, mas a Rússia sublinhou que a França iria enfrentar pesadas multas se o negócio for desfeito. Rasmussen, questionado sobre a venda do navio da classe Mistral, disse em um evento em Vilnius, na Lituânia:“É a França quem decide.”
“No que diz respeito à OTAN, agora estamos revendo nossas futuras relações com a Rússia”, acrescentou.
“Nós já suspendemos a cooperação prática e os ministros das Relações Exteriores da OTAN discutirão as nossas relações em junho.”
Engel juntou o republicano Michael Turner, que preside a delegação dos EUA para a Assembleia Parlamentar da OTAN e William Keating, líder democrata no subcomitê Relações Exteriores da Câmara que cuida da Europa ao assinar a carta. Eles reconheceram as ramificações financeiras prováveis que a França deve sofrer se o contrato for cancelado, incluindo a perda de cerca de 1.000 postos de trabalho.
No início deste mês, o secretário de Defesa dos EUA, Chuck Hagel advertiu que Moscou estava testando a coragem da OTAN e que a aliança de 28 membros, deve reforçar os seus gastos militares para enfrentar os desafios. Mas uma fonte diplomática da OTAN disse que “não era muito realista “ que a compra fosse feita pela aliança, cujos principais ativos militares compartilhados são estão atualmente limitados a aviões AWACS de alerta antecipado.
FONTE: Local
TRADUÇÃO E ADAPTAÇÃO: Defesa Aérea & Naval