Ban Ki-moon afirma que países devem se engajar mais diante de novos desafios
Segundo Ban, um painel de alto nível foi criado para revisar as missões políticas e militares com o objetivo de melhorar a capacidade de adaptação dos capacetes azuis, como as tropas das Nações Unidas também são conhecidas.
Ban anunciou as mudanças durante a Conferência sobre as Tropas de Paz da ONU, que contou com a participação do vicepresidente dos Estados Unidos, Joe Biden. Segundo os números da organização, as forças de manutenção da paz têm atualmente mais de 130 mil sodados, policiais e civis em atuação em áreas de risco.
O secretário-geral lembrou das dificuldades enfrentadas pelos capacetes azuis no Norte do Mali e nas Colinas de Golã, onde este mês, tropas da ONU abandonaram quatro de suas bases e um acampamento no lado sírio da fronteira com Israel, devido a uma grave deterioração da segurança. A decisão ocorreu após confrontos entre membros da missão e militantes ligados à alQaeda. No episódio, 45 soldados fijianos foram capturados e ficaram duas semanas sob domínio dos jihadistas da Frente al-Nusra.
Na semana passada, a missão da organização no Mali disse que cinco de seus militares das forças de paz foram mortos e outros três ficaram feridos quando um veículo foi atingido uma bomba.
Segundo Ban, há outros desafios que fazem necessária uma reforma nas forças de paz. Ele citou como exemplos conflitos civis misturados com terrorismo, crime organizado e crises de saúde, como o vírus ebola, que ameaçam milhões de pessoas. Já Biden lembrou de outros casos, como os em que capacetes azuis enfrentam desafios amplos e citou a proteção de civis contra violência sexual na República Democrática do Congo.
Atualmente, as tropas de paz da organização estão engajadas em 17 missões: uma no Haiti, nove na África, três no Oriente Médio, duas na Europa, uma no Afeganistão e outra na fronteira entre Índia e Paquistão.
Ban falou também sobre a necessidade da formação de parcerias sólidas com organizações regionais, especialmente na África, onde muitas missões da ONU já trabalham lado a lado com forças da União Africana.
Para organizações não governamentais, porém, as forças de paz da ONU também precisam melhorar mecanismos de controle. No Haiti, por exemplo, várias denúncias foram feitas sobre violência sexual contra mulheres cometidos por soldados das tropas. Outros abusos, como uso excessivo da força, também foram denunciados.
FONTE: O Globo