O presidente dos EUA, Barack Obama, defendeu o isolamento de Moscou e disse que a Otan (aliança militar ocidental) deve proteger os membros “vulneráveis” a eventual intervenção russa, caso dos países bálticos (Lituânia, Letônia e Estônia).
“Temos que ter a certeza de que temos um plano real de contingência para cada um desses membros”, disse, em reunião com a União Europeia em Bruxelas. Segundo ele, a Otan se reunirá no mês que vem para discutir o tema.
Obama tem aproveitado a viagem à Europa para tentar isolar o presidente da Rússia, Vladimir Putin, a quem acusa de agir ilegalmente na anexação da península ucraniana da Crimeia.
No começo da semana, convenceu outros países a excluir Putin do G8, bloco que reúne os países mais avançados do mundo.
Putin tem reagido com menosprezo às medidas. Ontem, seu governo acusou autoridades da fronteira ucraniana de negar a entrada para tripulantes russos que pousam nos aeroportos do país, o que violaria regulamentos de segurança aérea.
Entretanto, Kiev também sofre boicote dos russos. O aeroporto de Simferopol, capital da Crimeia, está há pelo menos duas semanas fechado para voos vindos da Ucrânia. Quem quer ir até a península de avião é obrigado a viajar por Moscou.
Isolamento
Em Bruxelas, Obama reafirmou o discurso de que todos precisam se unir contra o governo russo. “A União Europeia e os Estados Unidos estão unidos para isolar a Rússia e impor um preço a pagar por suas ações. A Rússia está sozinha e tem que entender que existe um preço a pagar por seu comportamento na Ucrânia”, afirmou.
Nesta quarta-feira, a Rússia foi denunciada na ONU por supostamente violar direitos humanos na ação da Crimeia.
Putin defende a intervenção na Crimeia –cuja população é majoritariamente de origem russa– sob o argumento de que precisa proteger seus cidadãos diante do novo governo ucraniano.
Um referendo organizado no dia 16 pelo governo da península aprovou a separação da Ucrânia, a quem a região era ligada desde 1954. EUA e Europa não reconheceram.
FONTE: jcnet