Os Estados Unidos e a Índia vão criar um grupo de trabalho conjunto para a cooperação no design e na tecnologia do novo porta aviões indiano, conforme anunciado pela Casa Branca.
Esta iniciativa foi proposta pelo presidente dos Estados Unidos durante a sua recente visita à Índia. O governo dos EUA quer fortalecer suas relações estratégicas com a Índia para se posicionar contra a China, em uma aliança que incluiria o Japão e a Austrália, com a colaboração no desenvolvimento de sistemas de armas.
A Índia tinha a Rússia como o principal fornecedor de equipamento militar, mas há poucos programas desenvolvidos entre os dois países e eles enfrentam atrasos, estouros de orçamento e não respondem conforme o esperado. Por isso, o governo indiano começou há anos diversificar a sua aquisição de materiais e concentrar-se sobre os projetos locais, com sistemas de apoio externos.
O secretário de Defesa Chuck Hagel teve um papel importante sobre aprofundar a cooperação militar entre os dois países, incluindo a militar e tecnológica e do comércio. Assim, a relação tradicional entre comprador e vendedor seria abandonada e aprofundada no desenvolvimento de sistemas de computador.
Duas tecnologias que poderiam ser transferidas, a concepção e fabrico de pequenos UAVs, como o Raven, e equipamentos de Inteligência, Vigilância e Reconhecimento (ISR) para aeronaves de transporte Hercules C-130J-30 vendidas para a Força Aérea da Índia. Foi oferecido também a fabricação de mísseis anti-aéreos e anti-tanque como o Javelin e até mesmo a BAE Systems transferiu a linha de montagem dos obuses M777 dos EUA para a Índia. O país também está interessada em comprar helicópteros anti-tanque Apache e Chinook para o transporte pesado.
No caso do porta-aviões, a Índia passou por várias experiências não muito bem-sucedidas. O mais recente é o desenvolvimento nacional do INS Vikrant, deverá entrar em serviço em 2018, com cinco anos de atraso e estouros no orçamento. O segundo porta-aviões de construção local chamado Vishal, poderia incluir a propulsão nuclear, embora não se saiba se esta seria uma das tecnologias que os EUA estariam dispostos a transferir. Outra tecnologia chave no desenvolvimento de aviões são as catapultas, permitindo a decolagem de aeronaves num espaço limitado.
Embora os detalhes não tenham sido divulgados, neste momento o único estaleiro americano que constrói os porta aviões é o Huntington Ingalls Industries. Em 2013 uma delegação da empresa norte-americana General Atomics viajou para a Índia para apresentar o projeto da catapulta eletromagnética projetada para porta-aviões classe Gerald R. Ford.
Em junho deste ano termina o acordo-quadro da Tecnologia da Defesa e da Iniciativa de Comércio (DTTI), que incide na cooperação naval e inteligência e aumentar visitas mútuas de militares. Envolve também a oferta de 17 tecnologias militares dos EUA à Índia para o desenvolvimento conjunto e fabricação. (JNG)
FONTE: Defensa.com