O contrato da classe ‘Mistral’ é um excelente jogo para Moscou

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O correio Francês “Intelligence Online” continua a publicar materiais que lançam luz sobre a situação da situação que envolve o contrato para o fornecimento de dois porta-helicópteros/navios de desembarque docas tipo Mistral para a Rússia. Em sua edição de 01 de outubro de 2014, publicou um artigo intitulado “Mistral: la Strategie de Moscou s’affine”, de uma tradução de notícia em nosso blog.

Como parte de um possível processo judicial de suspensão do contrato para o fornecimento à Rússia de dois navios de assalto anfíbio Mistral, o presidente russo quer desempenhar o papel de “aluno aplicado”, e posteriormente tomar medidas de retaliação contra toda a indústria francesa na Rússia.

O Kremlin continua a implementar a sua estratégia para fazer Paris ir ao tribunal em caso de um possível congelamento do contrato para o fornecimento de dois navios do tipo Mistral. No início de outubro, o contrato foi suspenso até o final do mês. De acordo com informações recebidas pela “Intelligence Online”, Moscou continua a fazer pagamentos relativos ao contrato. Dos €1,2bi, já foram pagos 880 milhões de euros e, para outubro, Moscou já previa o pagamento de um adicional de cerca de 60 milhões de euros. Se o tribunal for acionado, a Rússia pode se beneficiar do estrito cumprimento do contrato, ao contrário de suas contrapartes.

Por outro lado, Vladimir Putin não está indiferente às sanções impostas pelo Ocidente. De acordo com informações de nossas fontes, a empresa Alstom, que tinha uma boa chance de participar na construção da linha de trens de alta velocidade entre Moscou e Kazan, teria sido avisada pelas autoridades russas que estava eliminada do certame. Um pequeno consolo para a Alstom pode servir do fato de que a Siemens não será capaz de tirar proveito da situação, porque recebeu o mesmo aviso. Em última análise, o projeto será atribuído à China Railway Corporation. Ela fornecerá financiamento, e além disso, tem poucas chances de ficar sob as sanções do Ocidente. A companhia de petróleo francesa Total, envolvida no projeto para a extração de gás siberiano com a “Yamal”, também será sancionada. Atualmente, o projeto está a espera de financiamento da PetroChina e bancos chineses.

Além disso, para manter o diálogo informal com os franceses, o Kremlin não confia no embaixador francês em Moscou Maurice Ripert, que é considerado um grande “atlantista” (em referência a OTAN) e em vez disso prefere se comunicar com o Ministro-Conselheiro da Embaixada da França na Rússia Frederic Mondoloni.

Mas acima de tudo, Vladimir Putin e seu braço direito Igor Sechin lamentam profundamente que seu parceiro mais confiável no contrato para a compra dos Mistral, o General Benoit Puga, que na época era chefe de gabinete pessoal do presidente Nicolas Sarkozy e por algum tempo ocupou o mesmo cargo na administração de François Hollande, foi forçado a se retirar.

Por sua vez, o recurso francês “Ouest-France” informou que no início de outubro o Vladivostok voltou a Saint-Nazaire após o último ciclo de testes, e nas próximas semanas, não está agendada uma nova saída ao mar.

FONTE: DB by Junker

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