Equipamento de combate será incorporado às tropas russas após a escolha de fuzil. Concorrente AEK-97 teve melhores resultados, mas preço e leveza do AK-12 são vantagens.
Por DMÍTRI LITÔVKIN
O Ministério da Defesa russo começou a testar em suas tropas o novo rifle AK-12, uma arma que o consórcio Kalashnikov pretende incluir no equipamento de combate Rátnik (Guerreiro, em português) conhecido como ‘soldado do futuro’. Até o final do ano, serão anunciadas as armas do futuro recurso das Forças Armadas russas.
“As tropas estão testando o último estágio antes de receber um novo modelo [do rifle] no Exército. Os fuzis serão transferidos de uma divisão para outra, para testar as suas características sob diferentes condições de uso. A decisão final sobre o futuro da arma pode ser anunciada já em outubro”, disse à Gazeta Russa o diretor de marketing do Consórcio Kalashnikov, Vladímir Dmítriev.
O concurso para escolher a arma que integrará o equipamento Rátnik tem por opção, além do AK-12, o AEK-97, produzido na fábrica Degtiarev, em Kovrov.
A principal diferença entre eles é o mecanismo de funcionamento de sistema de tiro. O AK-12 mantém o clássico sistema de disparo automático, usado em todos os fuzis Kalashnikov há mais de meio século.
No AEK-971, a culatra se opõe a um “equilibrador” oscilante de peso similar. Após o disparo, a culatra e o equilibrador são atingidos ao mesmo tempo contra as partes anterior e posterior do fuzil, reduzindo os impulsos que agem sobre a mão do atirador.
Em testes recentes, as três primeiras balas de uma AEK-971 atingiram o alvo, enquanto os fuzis da série AK acertaram uma única vez.
A última questão a ser resolvida para equipar o soldado do futuro é o fuzil, segundo o diretor do departamento da gestão dos contratos de abastecimento, Mikhail Osiko. “Depois que for escolhido, o sistema Rátnik será adotado no Exército”, declarou.
“O processo de seleção de um novo rifle do também se baseará no preço da arma, com prioridade para o modelo que for mais barato”, acrescentou.
O favorito
Até recentemente, o AEK-971 Kovrov era considerado o favorito indiscutível. Porém, as novas peças de seu design fazem esta arma ser mais pesada do que o AK-12.
Os engenheiros da Kalashnikov optaram pela base do fuzil clássico, mas reduziram a força de recuo. O corpo da pistola é mais curto do que o do AK-74, ao punho foi ligeiramente trazido para a frente, e o peso das peças móveis da culatra está melhor distribuído. Pelo tamanho da arma, a força de recuo é menor, mas ainda um problema.
A principal qualidade do AK-12 é o seu gatilho renovado, que permite recarregar a arma com uma mão, não sendo necessário remover a culatra durante o processo.
Ambos os fuzis são equipados com o chamado trilho Picatinny, que permite acoplar acessórios, como miras de visão térmica.
Nos exercícios sob circunstâncias diferentes, com temperaturas de 50°C a -50°C, o AEK-971 teria, porém, mostrado melhores resultados.
FONTE: Gazeta Russa