Mísseis AA para o Brasil – Fabricantes lutando “capoeira”

Por Nikolay Novichkov

Poderáo sistema Pantsir, resistir ao míssil europeu?

A empresa de mísseis MBDA, designer e fabricante de armas guiadas, tem a intenção de evitar que o Brasil compre sistemas de mísseis e armas antiaéreas russas.

A empresa MBDA, líder europeia no domínio das armas de arremesso, e a brasileira Avibras, anunciaram o desenvolvimento conjunto de sistema de mísseis antiaéreos de médio alcance, que poderia ser um plano alternativo ao do Ministério da Defesa do Brasil para adquirir sistemas Pantsir-S1.

Os produtos

O míssil superfície-ar da joint venture euro-brasileira foi designado pela Avibras, como Míssil de Média Altura (AV-MMA). Os mísseis superfície-ar deste sistema podem ser criados com base na família de mísseis guiados CAMM (Common Anti-Air Modular Missile), mas com o uso de tecnologias da empresa Avibras, bem como blocos e unidades produzidas por empresas da indústria aeroespacial brasileira. Como plataforma móvel para o sistema antiaéreo euro-brasileiro foi proposto pela empresa MAN um carro Rheinmetall, tipo RMMV (Rheinmetall MAN), que está sendo desenvolvido na Alemanha para vários sistemas de lançamento de foguetes brasileiros da nova geração, o Astros 2020. Em geral, o novo sistema SAM poderia ter 70 por cento da produção local e componentes cumprem os requisitos dos três ramos das Forças Armadas do Brasil na defesa aérea de médio alcance.

Hoje, o plano previsto pelo Ministério da Defesa do Brasil compreende a compra de 12 sistemas antiaéreos de armas e mísseis autopropulsados (ZRPK) Pantsir-S1, montada no mesmo chassis RMMV, a partir do qual se supõe a criação de três baterias (com quatro ZRPK cada) para as forças armadas brasileiras – Força Aérea, Marinha e Exército. Para adaptar o ZRPK às exigências brasileiras, os industriais russos contam com a participação da ODT (Odebrecht Defesa e Tecnologia), utilizando tecnologia brasileira. No entanto, como ressalta a empresa MBDA, o MSA euro-brasileiro AV-MMA pode ser melhor para os militares brasileiros, uma vez que fornece uma transferência mais substancial de tecnologia dos mísseis.

A Marinha do Brasil já comprou

O representante da MBDA enfatizou o fato de que antes do anúncio do desenvolvimento conjunto de sistema euro-brasileiro de defesa antiaérea de médio alcance baseado no sistema de mísseis navais da MBDA Sea Ceptor, que inclui o míssil CAMM superfície-ar, o Brasil escolheu esse mesmo sistema para equipar as futuras corvetas da classe Tamandaré da marinhas. E este fato acreditam os europeus, pode dar início a um novo interesse por parte do Exército Brasileiro da proposta conjunta feita pela MBDA e a Avibras, porque o Sea Ceptor é a versão naval do sistemas de mísseis de defesa aérea baseados em terra universal que está sendo desenvolvido em conjunto pela França e pelo Reino Unido através das representações da empresa MBDA nesses países.

O Brasil planeja construir um total de quatro corvetas classe Tamandaré (anteriormente conhecida sob a designação de CV03) com um deslocamento de 2.400 toneladas cada. A empresa de construção naval brasileira Vard Niteroi deve submeter o projeto preliminar do novo navio em fevereiro de 2015.

Supõe-se que a base para o novo projeto será baseado no conceito da corveta Barroso da Marinha do Brasil. Entre os requisitos da Tamandaré está o de que deverão ser multifuncionais. Elas serão equipadas com sistemas de defesa antiaéreos e hangar.

Brasil, será o terceiro?

Segundo a empresa MBDA, a Marinha do Brasil tornou-se o terceiro cliente a escolher o MSA Sea Ceptor. Anteriormente, haviam decidido pelo mesmo sistema as Marinhas Britânica e da Nova Zelândia.

A empresa MBDA recebeu um contrato no valor de £ 250.000.000 do Ministério da Defesa do Reino Unido para a produção do MSA Sea Ceptor em 2013. O contrato foi emitido para substituir os desatualizados MSA Seawolf nas fragatas Type 23 a partir de 2016. Desde o início, o projeto de substituição das fragatas Type 23 prevê a substituição pelo projeto de fragatas Type 26 ao que o MSA Sea Ceptor será removido a partir da saída dos navios obsoletos da Marinha Real e instalado nos novos. As fragatas Type 26 substituirão as antecessoras na década de 2020 e desempenharão as funções de navios de defesa aérea. Atualmente, essa parte cabe as fragatas da Marinha Real Type 23, construídas entre 1990-2002.

O MSA Sea Ceptor fornece todas as condições ao navio de defesa em ataques de múltiplos alvos, incluindo o voo com trajetória rente a água, helicópteros e aeronaves em alta velocidade. De acordo com a empresa desenvolvedora MBDA, sob ataques maciços o MSA «Sea Ceptor» tem uma vantagem devido a tecnologias avançada integradas porque tem guiagem por radar ativo. Este conjunto pode também ser utilizado para destruir navios de superfície.

O MSA Sea Ceptor usa a tecnologia de lançamento a frio, em que o lançamento ocorre com a expulsão do silo de lançamento por ar comprimido para, em seguida, fazer o funcionamento do motor, eliminando a queima de produtos pelo motor de combustão, temerária em navios de pequeno porte.

De acordo com especialistas ocidentais, o MSA CAMM tem alto desempenho para combater todas as ameaças aéreas atuais e futuras. O projeto do foguete finalizou importantes testes realizadas nos últimos meses. Em particular, um novo conceito de lançamento vertical de mísseis a partir do recipiente (Soft Vertical Launch) foi demonstrado com sucesso em 20 de maio no centro de testes da MBDA em Bedfordshire.

Cooperação com a Lockheed

Para lançar o Sea Ceptor no mercado de armamentos navais complexos, a MBDA começou a cooperar com a empresa norte-americana Lockheed Martin, fazendo a integração em um lançador vertical Mk41, que é amplamente difundido no mercado mundial.

Assim, o novo MSA CAMM, criado pela MBDA, está sendo promovido ativamente no mercado. A este respeito, a escolha do MSA Sea Ceptor pela Marinha do Brasil, que já tem laços estreitos com a indústria de defesa francesa, pode iniciar uma campanha de pressão sobre o comando das demais forças do país. O principal vetor que está a dificultar a aquisição pelo Brasil do ZRPK russo Pantsir-S1 agora, é a reorientação da proposta da MBDA e da Avibras.

TRADUÇÃO E ADAPTAÇÃO:Defesa Aérea & Naval

FONTE:vpk.name/news

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