Por Nicolás Garcia
O Ministro da Defesa Alberto Espina, confirmou que a Marinha chilena irá criar um programa para substituir as duas fragatas antiaéreas da classe L e uma anti-submarino Type 22 da frota nacional. A autoridade disse em uma entrevista publicada pelo jornal El Mercurio de Santiago que a instituição exige “renovar pelo menos três fragatas nos próximos anos”, e que este é um projeto de desenvolvimento para materializar esta iniciativa de grande importância para o país.
O comandante da Marinha do Chile, Almirante Julio Leiva, havia anunciado em janeiro que a Marinha está analisando diferentes alternativas para substituir as fragatas Capitão Prat (FFG 11) e Almirante Latorre (FFG 14) em 2025. O unidades terão cumprido sua vida útil e serão substituídas por obsolescência logística no meio da próxima década e a esquadra requer a manutenção de uma força de oito navios de superfície operacionais para garantir a segurança e proteção dos interesses nacionais.
As duas fragatas da classe L entraram em operação na Marinha holandesa em meados da década de 1980 e foram adquiridas pelo Chile em 2004. Estes navios deixarão de contar com suporte para o sistema antiaéreo SM-1 padrão Raytheon em 2020. Para a propulsão, existe um contrato de manutenção para as turbinas a Rolls Royce Olympus que termina em 2024.
O impacto na operacionalidade da fragata Type 22 Almirante Williams (FF 19), é ser a terceira fragata de maior antiguidade na instituição e por isso deve ser substituída nos próximos anos.
Projeções
Para a substituição das três unidades da esquadra será avaliada a construção no Astilleros e Arsenais de Marinha (Asmar) ou a compra de fragatas usadas. A primeira solução é a que desperta maior interesse, pois permite fortalecer a indústria nacional e gerar benefícios estratégicos para o país. A instituição decidiu reforçar projetos com a construção do novo quebra-gelos Antarctic I. No entanto, o alto valor que vai precisar para empreender um programa desta natureza e o tempo necessário para produzir novos navios é uma grande desvantagem. A aquisição de fragatas usadas surge como a alternativa mais viável.
O Chile mantém uma relação estratégica com o Reino Unido, que, a partir da próxima década, retirará as fragatas Type 23, semelhantes às três que o país tem em serviço. A Marinha do Chile tem uma vasta experiência na operação e manutenção desses mesmos navios e Asmar atualmente realiza um programa de uma profunda modernização da fragata Almirante Cochrane (FF 05).
As substituições dos navios britânicos pela novas fragatas Type 26 que começarão a ser entregues a partir de 2023 e a necessidade de novas tripulações na Marinha Real, poderia abrir uma janela de oportunidade para venda antecipada para o Chile. A Marinha Real do Canadá (RCN) é outra Marinha com a qual a Marinha do Chile mantém laços estreitos. A RCN terá as fragatas da classe Halifax disponíveis na próxima década. Essas embarcações, no entanto, possuem diferentes propulsões e sistemas, o que implicaria gerar novas cadeias logísticas para a Marinha chilena aumentando os custos de manutenção. Seu programa de substituição está atrasado e isso afetará o início da alienação das unidades.
TRADUÇÃO E ADAPTAÇÃO: DAN
FONTE: Infodefensa