“Queremos trabalhar”, gritava a multidão diante de oficiais da Guarda Nacional que bloqueavam a ponte Francisco de Paula Santander, uma das quatro que ligam o estado venezuelano de Táchira ao departamento colombiano Norte de Santander.
Segundo a agência de migração da Colômbia, quatro militares da guarda deixaram seus postos na manhã deste sábado, antes da entrega prevista da ajuda. Três deles se desmobilizaram na ponte Simón Bolívar, na cidade colombiana de Cúcuta.
Segundo a agência colombiana, os militares “desertaram da ditadura de Nicolás Maduro”.
Moradores de Ureña pediam aos militares autorização para atravessar a ponte, como fazem cotidianamente. Após momentos de tensão, os militares avançaram e começaram a disparar bombas de gás lacrimogêneo. Os moradores responderam com pedras.
“Tenho que passar para cumprir minhas oito horas de trabalho. O que acontece se não chego? Minha família depende de mim”, afirmou Unay Velasco, 24, que trabalha em um supermercado em Cúcuta.
Cerca de 40 mil venezuelanos cruzam diariamente as fronteiras em Táchira, segundo autoridades migratórias. A maioria volta ao país após trabalhar ou comprar remédios e outros produtos em escassez.Na noite de sexta, a vice-presidente da Venezuela, Delcy Rodríguez, anunciou o fechamento da fronteira venezuelana com a Colômbia em Táchira (oeste).
“Devido às graves e ilegais ameaças tentadas pelo Governo da Colômbia contra a paz e a soberania da Venezuela”, Caracas “tomou a decisão de um fechamento total temporário” de todas as pontes que unem os dois países por Táchira, escreveu Rodríguez em uma rede social.
“Exigimos que Iván Duque cesse suas ações infames e pare de facilitar o território da Colômbia para atentar por ordem de Donald Trump contra o direito dos venezuelanos de viver em paz e soberania”, acrescentou Rodriguez.
FONTE: Folha de São Paulo