Pela primeira vez na história, a Noruega e a OTAN enviarão dois navios para fiscalizar os submarinos russos. O aumento da exploração no Ártico vem sendo considerado pela mídia internacional como uma resposta ocidental para o crescimento do poder militar russo.
Segundo a publicação sueca ‘Svenska Dagbladet’, o novo ‘supernavio’ norueguês Marjata IV é da classe de navios que desde a década de 1960 se envolve em atividades de inteligência na área do Mar de Barents e Mar da Noruega. Normalmente, navios Marjata são localizados perto da fronteira com a Rússia.
A nova modificação é significativamente maior do que o tamanho do seu antecessor. O comprimento do Marjata IV é de 126 metros, e a largura é 23,5 metros.
O novo navio deve entrar em serviço militar em meados de 2016, sendo que o porto de origem será o ‘Kirkenes’. Assim, em 2017 os militares norueguês planejam equipar o Marjata III com novos equipamentos e devolvê-lo ao estado de alerta militar, mudando o nome do navio para Eger.
Para a Noruega, como membro da OTAN, é importante a realização de atividades de inteligência nos mares do norte e o monitoramento dos submarinos russos, que são enviados para as águas do Ártico a partir de bases na Península de Kola, escreve o jornal.
No mês passado, o comandante da da Marinha da OTAN, Clive Johnstone expressou preocupação em relação à atividade dos submarinos russos. Especialistas militares acreditam que a aposta dos noruegueses em atividades de inteligência é um resultado direto da deterioração da situação de segurança.
De acordo com Niklas Wiklund, presidente da Sociedade Real da Marinha, a licitação para exploração é uma forma típica do Ocidente responder ao crescente poderio militar da Rússia. A tática clássica sempre foi de não participar da corrida armamentista, mas reunir o máximo de informação possível sobre potenciais adversários.
O especialista militar, coronel aposentado Viktor Litovkin, corrobora com a tese de que a Noruega busca aprimorar a inteligência para observar o poderio russo, argumentando que “o navio Marjata não possui armas ou mísseis, não há nada, exceto o equipamento eletrônico de alta qualidade, a alta qualidade do sistema de sonar e um sistema de radar”.
“Existem diferentes tipos de espionagem. Existe a espionagem por emissários, mas esta diz respeito à espionagem através da alta tecnologia. A espionagem sempre representa uma ameaça para nós, é válido reagir e é preciso ser um marinheiro cauteloso durante a realização de treinamentos de combates”, afirmou o especialista.
Já o historiador militar, Lars Gyllenhaal, declarou que a atualização da Marinha norueguesa representa que a Noruega e a OTAN enxergam a Rússia como um potencial adversário forte:
“A Rússia realizou programa de armamento de grande escala. Agora, novos sistemas precisam ser testados. Quando um país atinge um determinado nível, os outros estão interessados em observar o que está acontecendo. Tudo isso está interligado. Com a ajuda da rádio-eletrônica é possível analisar a inteligência do seu oponente”.
Como membro da OTAN, a Noruega participa regularmente em exercícios marítimos e terrestres internacionais, incluindo perto da fronteira com a Rússia.
A principal área de operações para o novo navio será o Mar de Barents e no Extremo Norte. “Sua tarefa será mapear sistematicamente todos os militares e alguma atividade civil em áreas próximas à Noruega.
FONTE: Sputnik