O “monitoramento cuidadoso e constante” está em curso no Líbano após confrontos ao longo da fronteira oriental síria, onde há grupos de insurgentes sunitas ligados à frente al-Nusra, relatou o General italiano Luciano Portolano, Comandante da Força Interina das Nações Unidas no Líbano (UNIFIL – United Nations Interim Force in Lebanon).
Segundo o Comandante da UNIFIL, se está experimentando os efeitos que a situação poderia levar a “área de operações, tanto no que diz respeito aos aspectos de segurança do pessoal quanto à manutenção de um ambiente seguro nesta área do Líbano”.
A missão UNIFIL, estabelecida para apoiar o Governo libanês a restaurar sua autoridade e confirmar a retirada de Israel do sul do seu território, está hoje a enfrentar novos desafios como o avanço dos jihadistas do EI.
“Os eventos que estão ocorrendo na periferia de Arsal, embora não afete diretamente a nossa área de atuação, eles influênciam no planejamento e na condução de diversas operações das forças de paz, tanto em terra como no mar, e em colaboração e coordenação com a LAF, e espero não precisar mudar a nossa forma de operar no território”, explicou o General Portolano.
Os termos do mandato conferido pelo Conselho de Segurança da ONU não mudaram. “Estabilidade e segurança são asseguradas através da cooperação e coordenação com o Governo do Líbano, a UNIFIL e LAF”, diz Geral Portolano.
No entanto, ainda existem algumas questões pendentes relativas a determinadas áreas críticas ao longo da Linha Azul, que é a linha de demarcação entre Israel e Líbano.
Entre os principais, acrescenta, há a questão no que diz respeito à parte norte da aldeia de Ghajar. “Neste caso, estamos na presença de uma violação permanente da Resolução 1701 por parte de Israel, que mantém suas forças armadas nesta parte do território libanês”.
Desde a adoção da Resolução 1701, em 2006, muitas propostas foram feitas para facilitar a retirada das tropas israelenses, levando em conta fatores humanitários e de segurança. A última proposta foi enviada para as partes em Junho de 2011, e até o momento, somente o governo libanês deu resposta favorável enquanto ainda se espera de uma resposta de Israel”.
Durante uma recente reunião tripartite, presidida pelo comandante da UNIFIL, “foram tratadas questões de particular relevância”, disse Portolano, incluindo a situação ao longo da “linha de demarcação”. O estado do processo de visualização no terreno da Linha Azul, através da posição de pilares, das quais mais de 220 dos cerca de 500 exigidos no total, já foram erguidos.
A entrada de milhares de sírios no Líbano, gera situações críticas para esta área, tanto no campo econômico como no social, uma vez que não tem capacidade de acomodar tantas pessoas, adverte o Comandante da UNIFIL. Dados oficiais fornecidos pelo ACNUR, agência da ONU responsável pela gestão dos refugiados, falam de mais de 54.000 pessoas que se instalaram na área de responsabilidade da UNIFIL, de uma população total de cerca de meio milhão de libaneses.
Apesar do clima de tensão que se faz sentir no Líbano, a situação na área de jurisdição do contingente italiano “é calma e estável, como no restante da área de operação da UNIFIL, e desde a adoção da Resolução 1701, em 2006, o sul do Líbano está vivendo um dos períodos mais calmos dos últimos 30 anos”, disse o General Luciano Portolano.
“O trabalho feito pelos soldados italianos é particularmente apreciado, tanto pelas Forças Armadas libanesas quanto pela população local, devido ao profissionalismo e ao modo de ser dos nossos soldados, uma mistura de firmeza e flexibilidade”, concluiu Portolano.
TRADUÇÃO E ADAPATAÇÃO: Defesa Aérea & Naval.
NOTA do EDITOR: Na foto que ilustra esta matéria, o General Luciano Portolano aparece cumprimentando o Capitão-de-Fragata brasileiro Washington Luiz de Paula Santos, Imediato do Esquadrão HA-1 e Chefe do Destacamento Aérea Embarcado (CHEDAE).