Europeus estudam novas sanções contra Moscou por conflito no Leste da Ucrânia
– O ponto sem volta é a guerra de grande escala. Isso já ocorreu no território controlado pelos separatistas – disse Poroshenko, que afirmou continuar defendendo soluções diplomáticas.
O presidente da Comissão Europeia, José Manuel Barroso, afirmou ontem que a União Europeia (UE) está preparada para ampliar as sanções contra a Rússia pelo que o bloco considera uma intervenção de Moscou na crise separatista no Leste da Ucrânia.
– Estamos em uma situação muito dramática. Poderemos estar em uma situação na qual entraremos em um caminho sem volta se a escalada na Ucrânia prosseguir – disse
O encontro ocorreu algumas horas antes de uma cúpula europeia extraordinária sobre o conflito. Na semana passada, surgiram novos indícios da participação direta de tropas russas na Ucrânia.
Interrogado sobre eventuais sanções adicionais contra a Rússia por parte da UE, Barroso disse que a Comissão já preparou opções para revigorar as sanções contra Moscou. Anteontem ele alertara o presidente russo, Vladimir Putin, por telefone, que qualquer nova desestabilização na Ucrânia terá um custo elevado para a Rússia.
O presidente francês, François Hollande, já apoiou o recrudescimento das sanções.
ITALIANA SUBSTITUI ASHTON
Kiev havia pedido nesta semana às potências ocidentais uma ajuda militar. Ontem, Poroshenko se referiu apenas a um apoio técnico sob a forma de troca de informações.
Mas, o líder separatista Alexei Mozgovoi afirmou que os insurgentes já controlam cerca de 50% do território das regiões de Donetsk e Luhansk.
Alguns países da ex-Cortina de Ferro, região ainda mais receosa das ações de Moscou, foram mais longe e pediram à Otan e à UE que entreguem armas às autoridades de Kiev.
A ministra das Relações Exteriores italiana, Federica Mogherini, acusada pelos países do Leste europeu de ser condescendente em relação a Moscou, deverá ser nomeada como chefe da diplomacia europeia, substituindo a britânica Catherine Ashton.
Na Ucrânia, há sinais de novo avanço dos rebeldes, que afirmaram estar prestes a cercar o porto estratégico de Mariupol, de 460 mil habitantes, 100 km ao sul de seu reduto de Donetsk.
O ministro ucraniano do Interior, Arsen Avakov, declarou que parte dos soldados cercados por insurgentes haviam saído do cerco, sem fornecer mais detalhes.
FONTE: O Globo