De acordo com Ivan Safronov, no artigo “Fila atrás do bombardeiro”, publicado no jornal “Kommersant”, a Jordânia mostrou interesse nos bombardeiros Su-32 (a versão de exportação do Su-34). Um acordo é dificultado por vários fatores, entre os quais a orientação de Amã em comprar armas dos Estados Unidos e a situação instável do país. Segundo o “Kommersant”, a Jordânia está entre os países em que militares russos tem permissão para visitar apenas para fins oficiais.
O fato de que as forças armadas da Jordânia estarem interessadas nos bombardeiros Su-34 foi referido por dois gestores sênior de empresas russas do setor de aviação. Enquanto nada específico foi recebido em Moscou, existiriam consultas sobre a compra de um pequeno lote dessas máquinas, disse um dos interlocutores. “Esperamos que o interesse no futuro próximo irá resultar em negociações pré-contratuais”, – acrescentou ele. Na “Rosoboronexport” o comentário da fonte desta informação não é novidade, já que anteriormente o vice-diretor da empresa Sergey Goreslavski declarou “o interesse real” ao Su-34 por um número de países do Oriente Médio. Segundo ele, este foi o resultado do sucesso das ações da Rússia na operação militar e aérea na Síria, em que alguns desses bombardeiros ficaram baseados em Hmeymim desde setembro 2015.
A cooperação técnico-militar entre a Rússia e a Jordânia no momento é bastante modesta: em 2015, foram assinados contratos para a remodelação e modernização de um par de aviões de transporte Il-76MF, o fornecimento de componentes para a montagem do lançador de rojão RPG-32 (a fábrica em si foi construída sob contrato em 2005), bem como sistemas de pára-quedas P-7M. “Os jordanianos estão acostumados a comprar armas americanas, com dinheiro americano”, acrescenta a fonte. De acordo com o interlocutor do “Kommersant”, projetos comuns têm de ser negociados “no nível individual,” caso contrário, o negócio está fadado ao fracasso. Assim foi, por exemplo, o caso do sistema de lança-foguetes pesado TOS-1A, que a “Rosoboronexport” ofereceu criar com base nos chassis de tanques M-6 do exército jordaniano.
Além de sutilezas políticas existentes, há a questão da segurança, de acordo com a fonte oficial. “Nós não temos nenhuma confiança de que o uma de nossas mais recentes aeronaves não sejam analisadas por terceiros”, – disse ele. Tudo isso é somada a situação instável na região associada com o afluxo de refugiados da Síria e das tentativas de militantes “Estado islâmico” (organização proibida na Rússia) para organizar ataques. A instabilidade na região é reconhecida pelo Ministério da Defesa russo: de acordo com uma fonte no departamento de exportações, a Jordânia recentemente expandiu a lista de países proibidos de trânsito militar. “Uma visita ao reino seria possível apenas para fins comerciais”, disse ele, acrescentando que Tunísia, Egito e Turquia também estão listados.
TRADUÇÃO E ADAPTAÇÃO: Junker
FONTE: BMPD