BEIRUTE (Reuters) – O líder do Hezbollah negou nesta sexta-feira acusações de que seu movimento apoiado pelo Irã tenha armas armazenadas no porto de Beirute e pediu uma investigação sobre a maior explosão que atingiu a capital libanesa.
Em um discurso televisionado, Sayyed Hassan Nasrallah chamou a explosão de terça-feira de “um evento excepcional” que exige unidade e calma. O xiita Hezbollah, fortemente armado, tornará clara sua posição política depois que a poeira baixar, acrescentou.
Nasrallah elogiou a solidariedade e a ajuda que chegam de todo o mundo, incluindo uma visita do presidente francês, Emmanuel Macron. Ele disse que isso representa uma oportunidade para o Líbano, que já estava mergulhado em crise financeira.
As equipes de resgate estavam vasculhando os escombros para tentar encontrar alguém ainda vivo após a explosão de 2.750 toneladas de nitrato de amônio que matou 154 pessoas, feriu 5.000 e destruiu áreas da cidade mediterrânea.
O presidente Michel Aoun afirmou que a investigação examinará se a causa foi negligência, acidente ou interferência externa, como uma bomba. Autoridades disseram que o material explosivo foi armazenado de forma insegura por anos no porto.
O líder do Hezbollah, cuja facção é grande apoiadora do atual governo, perguntou por que o nitrato de amônio estava no porto, não importando a causa da explosão.
“Isso significa que parte do caso é absolutamente negligência e corrupção”, disse ele.
Israel, que travou muitas guerras com o Hezbollah e é um Estado inimigo do Líbano, negou qualquer participação na explosão.
(Reportagem de Ellen Francis, Ghaida Ghantous e Redação de Beirute)