O autoproclamado presidente da Venezuela, Juan Guaidó, convocou na manhã desta terça-feira (31) a população às ruas e declarou ter apoio de militares para pôr fim ao que ele chama de “usurpação’ na Venezuela. Ele aformou em post em rede social que se encontra com as principais unidades militares das Forças Armadas e que deu início à fase final da chamada “Operação Liberdade”.
O vice-presidente de comunicações, Jorge Rodríguez, confirma que o governo enfrentou defecção de militares, mas ele afirma que é um grupo reduzido, que se posicionou para “promover um golpe de estado”.
O ministro da defesa, Vladimir Padrino, também reconheceu a movimentação ao afirmar que as forças armadas seguirão firmes “na defesa da Constituição nacional e das autoridades legítimas”.
Guaidó convocou os venezuelanos para irem às ruas, afirmou que as Forças Armadas continuarão a implementação até que se consolide “o fim da usurpação, que já é irreversível”.
O oposicionista ainda elogiou as forças armadas, ao dizer que elas “tomaram a decisão correta”, e repetiu o pedido para que o povo saía às ruas para “dar respaldo às forças democráticas e recuperar a nossa liberdade”.
Em um vídeo postado na rede social, Guaidó aparece ao lado de Leopoldo Lopez, um outro opositor ao regime de Maduro que cumpre prisão domiciliar.
No dia 19 de março, o líder da oposição e da Assembleia Nacional havia convocado uma marcha para o dia 1º de maio para pressionar pela saída de Nicolás Maduro, o líder da Venezuela.
Um dirigente de Maduro, Jorge Rodríguez, vice-presidente de comunicações, confirma que o governo enfrentou defecção de militares.
O ministro da defesa, Vladimir Padrinos, diz que as forças armadas seguem fiéis a Maduro, e que os quartéis reportam normalidade nas bases.
Veja a seguir os principais fatos que contribuíram para que a situação na Venezuela chegasse ao nível atual.
- Em 2002, Hugo Chávez sofre tentativa de golpe e endurece discurso contra oposição
- Chávez amplia o número de juízes da Corte Suprema e assume controle do Judiciário
- Manifestações ganham as ruas e são duramente reprimidas; líderes de oposição são presos
- Sem referendo prévio, Maduro convoca uma Assembleia Constituinte que assume o Poder Legislativo
- Eleições são adiadas e antecipadas repetidamente e oposicionistas são proibidos de disputar pleitos
- Maduro é reeleito em uma votação acusada de fraude e com resultado não reconhecido por parte da comunidade internacional
- Presidente da Assembleia Nacional, Juan Guaidó se declara presidente interino e é reconhecido por diversos países
- Países atendem pedido de Guaidó para distribuir ajuda humanitária, mas Maduro proíbe entrada de doações no país e fecha fronteiras com Brasil e Colômbia
FONTE: G1