Por Rezaul H Laskar
Os dados secretos sobre os submarinos Scorpene da Índia foram acessados por um número desconhecido de pessoas que trabalham para uma empresa privada, num país do Sudeste Asiático e colocado em um servidor de Internet, onde estava vulnerável a hackers e intercepção.
Os dados que vazaram, obrigaram a Marinha indiana a avaliar a vulnerabilidade dos submarinos Scorpene, encomendado a partir de construtor naval francês DCNS, no âmbito de um acordo de US$ 3,5 bilhões, pode ter sido “removido” da empresa em Paris em 2011, por um ex-oficial da Marinha francesa, informou o jornal The Australian na sexta-feira.
O oficial, que trabalhou como um subcontratante para DCNS, e um colega francês, levaram os dados para um país do sudeste asiático onde eles foram empregados por uma empresa privada, dirigida por um homem de negócios ocidental. Depois que os dois franceses foram despedidos pela empresa, os dados secretos foram enviados para a sede da empresa em Cingapura.
Os dados também foram colocados num servidor em 18 de abril de 2013 e, esteve “perigosamente vulnerável a hackers ou interceptação por um serviço de inteligência estrangeiro”, disse o jornal. “Não se sabe se os dados ficaram neste servidor por alguns dias ou por um ano”, acrescentou.
Os dados também foi enviados pela empresa em um disco por correio regular para um homem em Sydney, em abril de 2013. Este homem, que tinha experiência em questões de defesa, ficou “atordoado” quando abriu o arquivo em seu computador e viu os documentos que detalham os recursos secretos dos submarinos indianos, disse o relatório.
As últimas revelações do The Australian se adicionaram às preocupações com relação a segurança na Índia sobre o vazamento de 22.400 páginas de documentos, que detalham as capacidades de combate dos submarinos Scorpene.
O primeiro dos seis Scorpenes, está sendo construído no estaleiro estatal Mazagon em Mumbai, e começou os testes de mar em maio. Os Scorpenes deverão tornar-se o esteio da frota de submarinos da Índia, em substituição aos atuais envelhecidos de origem russa da classe Kilo os alemães HDW.
O jornal australiano informou que o subempreiteiro francês que removeu os dados sobre os Scorpenes, era um ex-oficial da Marinha francesa que deixou o serviço no início de 1970 e trabalhou para empresas de defesa francesas durante mais de três décadas. Ele “violou a lei”, levando os dados para um país do Sudeste Asiático e “pode enfrentar um processo”.
Após o subempreiteiro francês e seu colega se desentenderem com a empresa privada no país do Sudeste Asiático, a empresa manteve a os dados, mas possivelmente não sabia o significado dos documentos.
Quando os dados foram enviados por disco para um homem em Sydney, ele nem sequer foi criptografado. O homem em Sydney transferiu-o para um disco criptografado e “limpou o disco antigo com um software especial, pegou um martelo e o partiu em pedaços no seu quintal”.
O homem, que não foi identificado pelo The Australian”, colocou o novo disco criptografado em um arquivo trancado em seu escritório e lá permaneceu por mais de dois anos”.
O jornal descreveu a história por trás do vazamento como “mais incompetência de espionagem – mais Austin Powers do que James Bond”. Ele acrescentou que o homem em Sydney, a quem descreveu como um denunciante, decidiu mostrar os dados para o The Australian porque equivalia a uma “questão de significativa importância para a segurança nacional da Austrália”, especialmente à luz da sua decisão de ordenar 12 submarinos da DCNS sob um contrato de US$ 38 bilhões.
O denunciante, pretende entregar o disco para o governo australiano na segunda-feira, disse: “Na sequência da recente decisão, pela aquisição do futuro submarino na Austrália, esta matéria passou de uma de uma infração muito grave, tanto para a França e Índia, para uma questão de vital importância de segurança nacional para a Austrália e os EUA”.
O homem quer que a Austrália sabendo que a França “perdeu o controle de dados secretos em novos submarinos da Índia”, espera que isso estimule o governo australiano e a DCNS para reforçar a segurança, afim de garantir que o “projeto do submarino para a Austrália, não sofra o mesmo destino”.
TRADUÇÃO E ADAPTAÇÃO: DAN
FONTE: Industan Times