O secretário de Defesa Lloyd Austin disse na sexta-feira que os EUA venderão 250 tanques M1A2 Abrams para a Polônia, dando a um importante aliado da Otan que faz fronteira com a Rússia um aumento substancial no poder de fogo.
Adicionar os tanques ao arsenal polonês garantirá uma divisão mais equitativa da carga de segurança na OTAN, disse ele, embora tenha observado que nenhuma data de entrega foi definida.
Austin estava em Varsóvia para conversar com autoridades polonesas sobre o aumento militar da Rússia em torno da Ucrânia. Os aliados devem se preparar para uma potencial crise humanitária na Europa se uma nova guerra estourar, disse ele.
“A Polônia pode ver dezenas de milhares de ucranianos deslocados e outros atravessando a fronteira tentando se salvar”, disse Austin.
Cerca de 4.700 soldados da 82ª e 101ª divisões aerotransportadas foram despachados para o sudeste da Polônia nos últimos dias em antecipação a essa crise. Soldados dos EUA na Polônia podem ser encarregados de ajudar a gerenciar o fluxo de americanos para fora da Ucrânia.
Na sexta-feira, Austin se reuniu com o ministro da Defesa polonês Mariusz Blaszczak e, mais tarde, ele deveria visitar as forças americanas e polonesas.
O chefe de defesa dos EUA também elogiou a Polônia por cumprir a meta de gastos com defesa da OTAN, que é de 2% do produto interno bruto de cada país membro.
A Polônia já tem uma força de tanques composta por vários modelos do Leopard 2 alemão, o PT-91 construído internamente e o antigo T-72 da era soviética, o último dos quais provavelmente será substituído pelos tanques Abrams. Os tanques M1A2 são produzidos pela empreiteira norte-americana General Dynamics Land Systems.
No entanto, os tanques não alterarão o equilíbrio militar básico na região, disse o Departamento de Estado em comunicado após o anúncio de Austin.
Em julho, Varsóvia disse que estava pronta para gastar US$ 6 bilhões na versão mais atualizada do tanque Abrams e que esperava ser entregue até 2022.
Os 4.700 soldados baseados nos EUA que recentemente foram enviados à Polônia se juntam a cerca de 4.000 outros que estão em rotações duradouras. Essas rotações, que aumentaram devido às preocupações com a agressão russa, dão à Polônia o quarto maior número de tropas americanas na Europa, disse Austin.
Austin também reiterou comentários que fez um dia antes em uma reunião da Otan, dizendo que os EUA ainda não viram nenhum sinal de uma desescalada russa na Ucrânia.
A Rússia acumulou entre 169.000 e 190.000 soldados ao redor das fronteiras da Ucrânia, disse Michael Carpenter, embaixador dos EUA na Organização para Segurança e Cooperação na Europa, em um discurso em Viena na sexta-feira. Isso se compara com cerca de 100.000 soldados ao longo das fronteiras em 30 de janeiro, disse Carpenter.
Blaszczak disse que a Europa deve se preparar para possivelmente a mais séria crise de segurança no continente em mais de 70 anos.
“Atualmente, estamos enfrentando sérios desafios”, disse ele. “Estamos à beira do conflito mais perigoso desde a Segunda Guerra Mundial.”
TRADUÇÃO E ADAPTAÇÃO: DAN
FONTE: Star and Stripes