Os EUA tentam unir os seus aliados face a uma eventual agressão russa à Ucrânia, mas a situação já se perfilou menos complexa, sobretudo depois do Comandante da Marinha alemã ter se demitido após declarar que a Ucrânia não voltará a recuperar a Crimeia e sugerir que o presidente russo merece respeito.
O secretário de Estado dos EUA, Antony Blinken, afirmava que o seu país tem sido muito claro, ou seja, “se houver mais alguma agressão russa, em termos de envio de forças militares para a Ucrânia, haverá uma resposta rápida, severa e unida”. O país anunciou, entretanto, que vai repatriar as famílias do seu pessoal da Embaixada na Ucrânia e aconselha aos seus cidadãos a não viajarem para a Rússia.
Já os ministros da União Europeia vão se reunir nesta segunda-feira para concertarem posições. Clement Beaune, o Secretário de Estado francês para os assuntos europeus sublinhava que têm de se preparar “para uma situação difícil”. Ter aquilo a que chamava de “ementa (…) de sanções, de consequências”. Acrescentava que “os europeus devem estar prontos, a qualquer momento”, para utilizá-las.
O Reino Unido vai mais longe nas suas acusações e fala mesmo da eventualidade de Moscou se preparar para colocar um líder pró-russo em Kiev. Dominic Raab, vice-primeiro-ministro britânico, frisava que a “Ucrânia é um país livre à luz do direito internacional, deve decidir o seu próprio destino” e garantia que vão “apoiá-la na sua defesa”. Acrescentava que no que diz respeito à comunidade internacional – aliados europeus da NATO, EUA – há uma posição comum: “estamos lado a lado dizendo que haverá consequências muito graves se a Rússia tentar invadir a Ucrânia ou instalar um regime fantoche”.
Na Ucrânia começam a reunir-se voluntários, depois de um apelo do governo, que serão formados e treinados para fazerem parte de unidades militares de reserva que poderão apoiar o exército, num contexto de escalada da tensão com a Rússia.