EUA pressionam China por escudo contra mísseis

Preocupado com lançamento da Coreia do Norte, Pentágono quer acelerar sistema de defesa

EUA e Coreia do Sul decidiram acelerar as discussões para assegurar a instalação de um sistema antimísseis, preocupados com o recente lançamento do foguete da Coreia do Norte que pôs em órbita um satélite de comunicações. Ontem, os países alertaram indiretamente a China, vizinha e aliada do país comunista, de que a solução é uma medida exclusivamente voltada à manutenção da segurança na região.

Pyongyang tem desenvolvido novos mísseis balísticos, e o lançamento de anteontem foi visto pelo Conselho de Segurança da ONU como uma fachada para testar armamento de longo alcance e explosivos nucleares — em janeiro, o ditador Kim Jong- un alardeou ter explodido uma bomba de hidrogênio.

Ontem, o Pentágono afirmou que quer mandar o sofisticado sistema de Defesa Aérea Terminal de Alta Altitude ( THAAD) para o país aliado o mais rápido possível. Os aliados começarão conversas formais sobre o tema em breve.

PASSANDO PELO SUPER BOWL

Nomeado de “Estrela brilhante”, o satélite passou em órbita pelo estádio Levi’s, em Santa Clara ( Califórnia), onde acontecia o Super Bowl — final do futebol americano e evento mais assistido nos EUA.

— Não fiquei surpreso com o lançamento. Estamos preocupados com o comportamento da Coreia do Norte há algum tempo. É um regime autoritário e provocador que violou repetidamente as resoluções da ONU, testou e produziu armamento nuclear e agora tenta aperfeiçoar seu sistema de mísseis — alertou o presidente Barack Obama à rede CBS.

Fria aliada da Coreia do Norte, a Rússia condenou duramente o lançamento do satélite, chamando- o de “desdém audacioso à lei”. No entanto, o país se disse contrário à decisão de instalar o sistema na Península Coreana, alertando que isto poderia levar a uma corrida armamentista na região. Já a China expressou “profunda preocupação” de que o THAAD poderia adentrar seu território.

— Quando busca a própria segurança, um país não pode comprometer os interesses de segurança de outro — criticou Hua Chunying, porta- voz da Chancelaria chinesa.
Analistas veem a pressa de Washington nas conversas sobre o THAAD como uma “mensagem clara” a Pequim:

— É uma forma de dizer à China que o que a Coreia do Norte está fazendo tem consequências reais, inclusive para seus próprios interesses de segurança — disse Joel Wit, do Instituto Americano- Coreano da Universidade Johns Hopkins.

Ontem, a Marinha da Coreia do Sul disparou tiros de advertência contra um barco de patrulha norte-coreano após a embarcação do país vizinho cruzar a fronteira disputada do Mar Amarelo. O Norte não reconhece a divisa marítima, mas seu barco acabou recuando.

FONTE: O Globo

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