EUA iniciam ataques aéreos contra militantes islâmicos no Iraque

F-18F-Super-Hornet-landing3

Aeronaves americanas miram alvos do “Estado Islâmico” no norte do país. Operação anunciada pelo presidente Barack Obama ainda não tem prazo para acabar.

O governo dos EUA afirmou nesta sexta-feira (08/08) que a ofensiva aérea contra militantes do “Estado Islâmico” (EI) no Iraque não tem data para terminar. O anúncio foi feito horas depois de aviões americanos começarem a bombardear alvos no norte do país.

Enquanto os EUA bombardearam posições de artilharia do EI perto da cidade de Erbil, no Curdistão iraquiano, o governo autônomo da região confirmou a tomada da represa de Mossul por radicais do grupo sunita. O controle da barragem dá aos militantes o poder de inundar cidades e cortar o abastecimento de água e luz na região.

Segundo o porta-voz do Pentágono, John Kirby, os militantes islâmicos estavam usando a artilharia para atacar forças curdas que defendem Erbil, uma cidade onde soldados americanos estão estacionados.

“Aviões militares americanos lançaram ataques contra a artilharia do Estado islâmico. A artilharia foi utilizada contra as forças curdas que defendem Erbil”, declarou o porta-voz no Twitter.

Kirby precisou que dois caças-bombardeiros F/A-18 lançaram bombas de 250 quilos guiadas por laser sobre uma peça de artilharia móvel perto de Erbil. “A decisão de atacar foi tomada no centro de comando americano com a autorização do comandante em chefe”, no caso o presidente Barack Obama.

Mais tarde, Kirby confirmou mais dois ataques, sendo um deles feito por um drone, que acertou um morteiro e matou os militantes que o operavam. O outro ataque foi conduzido por aeronaves do tipo F/A-18 e atingiu um convoio e um morteiro do “Estado Islâmico”.

Proteção de minorias religiosas

Horas antes, Obama havia autorizado as Forças Armadas americanas a realizar ataques aéreos específicos a áreas ocupadas pelo autodenominado Estado Islâmico no Iraque. O líder americano também lançou uma operação humanitária para assistir refugiados no norte do país.

Segundo o presidente dos EUA, a ofensiva deverá proteger minorias religiosas e americanos no país. Obama garante, no entanto, que não haverá envio de tropas a solo iraquiano e que não se trata de uma nova guerra.

Os ataques aéreos devem ainda apoiar ações das forças iraquianas e curdas que tentam frear o cerco islamista a dezenas de milhares de yazidis membros de uma religião curda com antigas raízes indo-europeias no topo de uma montanha.

Os refugiados enfrentam escassez de água, comida e remédios, segundo relatos de pessoas na região. Na noite desta quinta-feira, aviões americanos jogaram mantimentos sobre o local cerca de 20 mil litros de água potável e 8 mil refeições.

“Podemos agir com cuidado e responsabilidade a fim de evitar um potencial ato de genocídio”, afirmou Obama, descrevendo os militantes islâmicos como “bárbaros”. “Se temos a capacidade única de ajudar a prevenir um massacre, acredito que os Estados Unidos não devem fechar os olhos”, justificou o presidente.

Sem previsão

Obama ainda descartou ter a intenção de permitir que os EUA “sejam arrastados para uma nova guerra” no Iraque. O anúncio, porém, considerado a mais incisiva resposta americana à crise no Iraque até agora, aumenta o receio de uma nova investida militar no país a primeira desde a retirada das tropas americanas em 2011 após uma guerra que durou uma década.

Na sexta-feira, o porta-voz da Casa Branca Josh Earnest, disse a repórteres que um “envolvimento prolongado dos EUA [no conflito] não está entre as opções possíveis”.

Earnest, no entanto, afirmou que ainda não foi estabelecido um prazo para o fim da operação. “Estamos adotando uma abordagem na qual esses tipos de decisão são avaliadas regularmente e são influenciadas pela situação de segurança em solo referente não só a americanos, mas também apoiando os esforços das forças curdas e iraquianas”, disse.

De acordo com o porta-voz, a ordem do presidente americano também poderia incluir mais apoio militar para as forças de segurança do Iraque caso seja necessário.

FONTE: O Povo on line

Sair da versão mobile