O chefe do Comando do Pacífico dos EUA disse que os americanos continuarão desafiando as reclamações territoriais chinesas no mar do Sul da China. A China em resposta diz que estas declarações carecem de sentido comum.
O almirante Harry Harris manifestou nesta quarta-feira (27) que a marinha dos EUA continuará realizando a assim chamada liberdade de navegação, como tinha feito em outubro de 2015 quando o destroyer dos EUA navegou perto de uma ilha artificial que Pequim tinha construído no mar da China do Sul.
“Enquanto continuarmos o caminho da liberdade de navegação, irão ver mais operações e irão ver o crescimento em termos de complexidade e escala”, manifestou Harris.
Vale lembrar que em outubro o destroyer USS Lassen (DDG 82), passou a 12 milhas marítimas do território reclamado pela China sem notificação prévia, o que provocou uma reação negativa de Pequim. O navio passou sem realizar atividade militar o que é permitido pela lei internacional sob o princípio de “passagem inocente”.
Alguns especialistas sugeriram que o fato de o navio de combate não realizar exercícios militares, a passagem não ameaçava as reclamações da China. Porém, o almirante Harris não concordou com esta opinião:
“Eu acredito que a operação do Lassen na verdade desafiou alguns aspectos das reclamações da China”, disse. “Por exemplo, a exigência de apresentar aviso de antemão antes de realizar passagem inocente”.
“A China não precisa que outros intervenham no assunto com palavras ignorantes”
As palavras de Harris sobre a continuação de operações de navegação da marinha americana, logicamente provocaram uma reação brusca das autoridades da China. Assim o porta-voz do Ministério da Defesa da China Yang Yujun disse que ficou perplexo pela declaração do chefe do Comando do Pacífico dos EUA e que as suas declarações faltam sentido comum, escreve a agência Xinhua.
Yang Yujun também refutou as palavras de Harris de que as ilhas não pertencem à China manifestando sua base legal e histórica pela soberania.
Quanto à resolução de disputas, o porta-voz do departamento militar disse que a China irá travar negociações com os “países diretamente relacionados” e que o lado chinês não precisa que outros intervenham no assunto com palavras ignorantes, diz a Xinhua.
A China reclama mais de 90% do mar do Sul da China, mas há reclamações concorrentes por parte da Indonésia, Filipinas, Vietnã, Brunei, Malásia e Taiwan.
Os EUA não manifesta uma posição concreta na disputa territorial, mas opõe-se fortemente à construção chinesa de ilhas artificiais na região. Washington teme que as ilhas possam ser usadas como bases militares, enquanto Pequim declara que irão servir em primeiro lugar para fins humanitários.
FONTE: Sputniknews