O diretor associado do Instituto de Política Pública Global (Global Public Policy Institute – GPPI), Philipp Rotmann, destacou nesta segunda-feira, durante debate realizado pelo Instituto Pandiá Calógeras, do Ministério da Defesa, a qualidade das tropas brasileiras, que são frequentemente escaladas para atuar em missões de paz.
Na visão do especialista, em missões como a do Haiti (MINUSTAH), ou a da Líbia (UNIFIL), os militares brasileiros têm apresentado bom desempenho operacional e também habilidade e trato humanizado para lidar com pessoas em situações tão vulneráveis. Por isso, o especialista defendeu a possibilidade de criação de mecanismos que possam aumentar o número de soldados de outras nacionalidades que realizam treinamento em território nacional.
“Acho que seria muito bom, tanto para o Brasil, quanto para o sistema de missões de paz, se o País pudesse contribuir com maiores contingentes de soldados, ou ainda, treinando militares de outros países sul-americanos que não contam com a mesma infraestrutura brasileira em seus países, mas que desejam atuar nesse tipo de missão”, disse.
No debate, Rotmann falou sobre a importância das missões de paz para salvar vidas em regiões que são verdadeiros cenários de guerra civil, mas apontou também fatores que ele considera como essenciais para assegurar que os benefícios desse tipo de atuação sejam duradouros.
Como a coordenação de uma missão dessa magnitude envolve muitos órgãos e agências, o especialista indicou que, em alguns momentos, pode faltar uma visão mais direta e específica para os tomadores de decisão. Rotmann defendeu que especialistas no assunto possam prestar um assessoramento mais direto aos que estão no comando das missões.
O debate com Philipp Rotmann faz parte de uma série de encontros, intitulada Pandiálogos, que vêm sendo promovida pelo Pandiá, instituição de estudos e pesquisas estratégicas do Ministério da Defesa. O objetivo, segundo o chefe de gabinete do Instituto, Juliano Cortinhas, é promover debates abertos e informais sobre os principais temas de interesse da pasta, trazendo especialistas para uma conversa informal e direta com os setores interessados.
FONTE:Asscom