Entrevista com Fredrik Gustafson da Saab

Fredrick

NG Pandavenes

Fredrik Gustafson (Saab):”Deve-se pensar considerando o custo do produto ao longo do seu ciclo de vida”

Falar da Saab na América Latina é estar falando sobre Fredrik Gustafson, provavelmente um dos poucos suecos capazes de se misturar no ambiente de diferentes países do continente, sem levantar suspeitas sobre sua origem, pois com certeza seus pais não eram da região. Gustafson fez da América Latina seu modo de vida, em vez de sua região de origem. Ele veio pela primeira vez ao subcontinente no final dos anos 90 como voluntário sendo um jovem oficial da Força Aérea da Suécia para ajudar em Cochabamba (Bolívia) e lá deixou sua marca, porque em 2006 ele já era o diretor da campanha Gripen para Noruega, posteriormente para o Brasil e quatro anos mais tarde, levou as exportações desse modelo de aeronave para a América Latina. Hoje, ele é o chefe de vendas e marketing da Saab para a América Latina.

A empresa sueca vai mostrar na Expodefensa 2015 (Colômbia) seus produtos mais conhecidos junto com seus mais recentes e nestes dias, Gustafson é refém de sua agenda, mas ainda tinha alguns minutos para conversar com infodefensa.com.

A Saab assinou um acordo com o CIAC para desenvolver a indústria da aviação na Colômbia. Em que ponto estão eles?

Estamos em um diálogo sobre que áreas podem ser interessantes para desenvolver. Fizemos várias visitas às instalações da CIAC saber suas capacidades. Convidamos também a CIAC para visitar nossas instalações na Suécia.

A Colômbia precisa renovar sua frota e parece que os pilotos do Kfir testaram e amaram o Gripen. Existe tratativas a esse respeito?

Certamente há algum contato, mas não é possível prestar quaisquer informações sobre o nível e a intensidade deles.

Que problemas a Colômbia tem atualmente que a tecnologia Saab pode resolver?

A tecnologia sueca em geral e, em particular a da Saab, são famosas por terem muito qualidade e alta confiabilidade. Eles também fornecem um conceito inovador com base na ideia de que é necessário pensar sobre o custo do produto ao longo do seu ciclo de vida, não apenas no seu valor inicial. Além disso, como sueco, estamos muito preocupados com a transparência e estamos prontos para transferir toda a tecnologia que a Colômbia requer para desenvolver suas próprias capacidades. Eu acho que todos esses recursos podem ser muito úteis para a Colômbia em sua situação atual.

E sobre a América Latina?

A maioria dos países da América Latina estão procurando mais ou menos as mesmas capacidades e temos visto que o interesse em nossos produtos tem aumentado em toda a região.

O que a Saab oferece a mais do que seus concorrentes na região?

Produtos de alta qualidade e alta disponibilidade, com baixa manutenção e baixo custo e com o compromisso de colaboração que não só afeta no momento da compra, mas procura difundir ao longo de todo o ciclo de vida do produto.

Para onde caminha a Saab?

O Gripen sempre será o produto de perfil mais alto, mas temos investido forte em nossa família de radares. Temos um portfólio com os radares mais modernos no mundo atualmente e agora é a área que queremos desenvolver. Isso não inclui apenas radar de solo (família Giraffe), mas também o de vigilância aérea alerta antecipado (AEW & C), Erieye. Um bom exemplo dessa estratégia foi o contrato assinado com a UAE recentemente para dois sistemas AEW & C durante o Dubai Air Show.

Falando do Giraffe AMB, Reino Unido usa estas unidades nas Malvinas. Há outros países interessados nesta tecnologia?

A família do Giraffe é muito popular no mundo inteiro, muitos usuários têm visto a capacidade e disponibilidade durante os exercícios de guerra e em eventos civis como os Jogos Olímpicos. Há muitos países interessados nas variantes terrestres e nas variantes navais.

Quais são os produtos do futuro?

Outra área que queremos desenvolver é a Gestão de Tráfego. Temos soluções muito atraentes para os portos e aeroportos baseados em produtos de muito sucesso no mundo inteiro e, algumas semanas atrás, nós assinamos nosso primeiro contrato de gestão do tráfego aéreo na América Latina, um sucesso e um produto que esperamos muito nos próximos anos. Outra linha de produtos são, é claro, nossa linha de simuladores para treinamento. Esta tecnologia é tão avançada hoje, que pode substituir muitos exercícios “reais” e, portanto, pode ser mais eficaz e com menor custo. Finalmente, o nosso portfólio naval, que agora inclui submarinos (estaleiro Kockums comprado ano passado), Sistemas de Controle de Tiro, mísseis anti-navio, radares e outros sensores num setor que tem um potencial considerável nesta região.

Que momento vive o mercado de defesa da América Latina?

O tempo passa um pouco lento no momento, mas, na realidade, muito poucos projetos foram cancelados. Nós podemos ver uma mudança em muitos países que buscam forças armadas mais internacionais, comprando sistemas interoperáveis etc. Abordagem de equipamentos Dual, que podem servir à sociedade civil em caso de catástrofes naturais, por exemplo, bem como a defesa mais tradicional.

O RBS 70 é um dos seus principais produtos, há algum novo cliente após a venda feita para o Brasil este ano?

Sim, ele tem sido um sistema muito bem sucedido na região e esperamos que mais clientes sejam integrados nesta família de usuários. Estamos em discussões com vários clientes potenciais.

Os brasileiros também têm testado o software Wise da Saab, há progressos nessa negociação?

Continuamos em diálogo com vários clientes na região, mas não quero dar nenhum detalhe de qualquer cliente em particular.

TRADUÇÃO E ADAPTAÇÃO: DAN

FONTE: Infodefensa.com

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