Por: Vinícius Costa
Uma corveta da classe Kapitan Pattimura (Parchim I), pertencente à Tentara Nasional Indonesia Angkatan Laut (Marinha de Guerra da Indonésia) engajou um grupo de 12 navios de pesca chineses detectados nas águas em torno das ilhas Natuna, no dia 18 de junho.
Segundo Jacarta, tiros de aviso foram desferidos a fim de dissuadir o grupo. Uma embarcação foi alvejada e identificada como Qiong Zhou Dan, sendo posteriormente detida com a sua tripulação de seis homens e uma mulher na base naval de Ranai, nas Ilhas Riau.
O restante dos navios de pesca se retirou do local. Segundo o Vice-Almirante Edi Sucipto, chefe de relações públicas da Marinha, as águas do entorno da região das ilhas Natuna são da Indonésia. Patrulhas marítimas fazem parte da rotina de guarnição do espaço marítimo indonésio. Nesse sentido, a pesca nas referidas águas foi considerada ilegal por parte de Jacarta.
Em resposta, o Ministério das Relações Exteriores da China emitiu um comunicado apresentando um protesto diplomático contra Jacarta, condenando as ações indonésias sob alegação de violação da lei internacional, além de colocar em risco a vida e a propriedade dos seus pescadores. Ele reiterou ainda que o grupo de embarcações desempenhou suas atividades em locais tradicionais de sua atuação. Em contrapartida, a Indonésia reforçou sua soberania sobre as ilhas.
O episódio é mais um ponto dentro de um longo espectro de tensões regionais que gradativamente escala. As hostilidades entre os países lindeiros do Mar do Sul da China passam a contar com engajamentos assimétricos e/ou contra alvos não militares, que podem se espraiar para um enfrentamento de facto entre forças armadas.
FONTE: Geocorrente