Motivo da ameaça é a entrada da Dinamarca no escudo antimísseis da Otan
O embaixador russo na Dinamarca advertiu neste sábado (21) que a Marinha dinamarquesa se tornaria alvo, caso o país participe do sistema de defesa antimísseis da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan), uma declaração considerada “inaceitável” por Copenhague.
“Eu não acredito que os dinamarqueses compreendem totalmente as consequências de sua possível entrada no sistema de defesa promovido pelos Estados Unidos”, escreveu o embaixador Mikhail Vanin em um artigo de opinião publicado no jornal dinamarquês Jyllands-Posten.
“Se isso acontecer, os navios de guerra dinamarqueses vão se tornar alvos dos mísseis nucleares russos”, acrescentou.
Atualmente, apenas China, Rússia, França, Estados Unidos e Grã-Bretanha têm mísseis balísticos intercontinentais (ICBM), de alcance superior a 5.500 km. A Rússia se opõe ao escudo antimísseis da Otan, lançado em 2010 e que deverá estar totalmente operacional em 2025. O objetivo é implantar interceptadores de mísseis e radares no Mediterrâneo, Polônia e Romênia.
A Dinamarca planeja fornecer uma ou mais fragatas equipadas com sistemas de mísseis e poderosos radares.
Ameaçadora e desnecessária, diz ministro dinamarquês O ministro das Relações Exteriores dinamarquês, Martin Lidegaard, considerou as observações do embaixador uma “retórica inaceitável”, “completamente irrelevante”.
“Ninguém deveria fazer ameaças graves como esta”, disse ele à agência de notícias Ritzau.
Estas declarações são “muito ameaçadoras e desnecessárias”, pois o escudo antimísseis é apenas um “alarme anti-invasão”, indicou por sua vez o presidente da Comissão dos Assuntos Externos do Parlamento dinamarquês, Mette Gjerskow.
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“É uma maneira de acentuar a escalada verbal entre a Rússia e a Otan (…), mas isso não muda o fato de que nós não temos medo”, declarou à AFP Gjerskow, considerando que as declarações do embaixador também se dirigem ao público russo.
As relações entre a Rússia e os países escandinavos têm sido tensas nos últimos anos com a proliferação de incursões da aviação militar russa na região do Báltico.
Apresentada como uma proteção contra o Irã ou a Coreia do Norte, o projeto de defesa antimísseis é há vários anos um grande ponto de discórdia entre a Otan e a Rússia, que o vê como uma ameaça à sua segurança.
FONTE:Terra Brasil Notícias