É possível derrotar o sistema antiaéreo russo S-400 na Síria?

Foto:Dmitry Vinogradov
Foto:Dmitry Vinogradov

Depois que a Rússia implantou o S-400 na Síria, a mídia internacional não parar de falar sobre a eficácia deste sistema de mísseis anti-aéreos e especular sobre se é possível derrota-lo.

O jornalista americano Tyler Rogoway, especialista em defesa e o especialista militar russo Mikhail Jodariónok, analisaram os pontos fortes e fracos do S-400.

“O S-400 é muito capaz, e atacar qualquer sistema de defesa aérea avançado, está longe de ser fácil”, disse Tyler Rogoway em um artigo publicado no portal Jalopnik.

Atualmente, explica o especialista, os sistemas de defesa aérea integrada estão usando ​​cada vez mais “um certo nível de fusão de sensores,” fazendo com que o sigilo tático e a interferência “menos eficazes quando se trata de um único sistema de mísseis superfície-ar localizado em um único local geográfico.”

“O que complica ainda mais as coisas é que a maioria destes sistemas têm muitos sistemas e sensores de mísseis com capacidades diferentes (para não mencionar aviões de guerra e vigilância) sobrepostas forma estratificada, e alguns deles podem ser capaz de se mover por estradas. Estes sistemas podem surgir em lugares diferentes em momentos diferentes, o que os torna muito imprevisíveis”, diz o analista, que também lembra que, “nem mesmo uma aeronave furtiva é invisível ao radar.”

“Um complexo coquetel de ativos”

Segundo Rogoway, a idéia de alguns especialistas militares que os aviões da guerra eletrônica Boeing EA-18G Growler são “um antídoto” para os sistemas S-400 não é inteiramente verdade.

“As capacidades únicas de supressão de guerra e radar eletrônico americano incluem Growler, mas também muitas outras plataformas”, disse o autor do artigo. No entanto, contra um sistema tão complexo como o sistema S-400, você precisa usar uma gama de diferentes instrumentos de guerra.

“O problema é que, no caso de um inimigo avançado, você não luta contra um sistema de radar de superfície-ar, mas sim contra uma constelação completa, incluindo meios aéreos, como o avançado sistema integrado de defesa aérea discutido antes”, explica Rogoway, acrescentando que, “na vida real, o Growler não supera o S-400 sozinho.”

“Em outras palavras, um coquetel complexo de interferência ativa, vigilância e ataque, tanto cinética quanto não-cinética, é necessária para enfrentar qualquer sistema integrado de defesa aérea avançada em que o S-400 poderia ser uma parte”, diz Rogoway, acrescentando que mesmo neste caso, degradar e, finalmente destruir a defesa aérea inimiga, seria um “processo longo e metódico.”

“Assim, mesmo que se trate de um sistema incrivelmente capaz como que o EA-18G Growler é, qualquer outro sistema de armas individuais é uma panacéia para os modernos sistemas de defesa aérea, que estão simplificando muito uma solução complexa para um problema muito complexo”, conclui Rogoway.

“Uma equação com muitas incógnitas”

Por sua vez, o jornalista russo e especialista militar Mikhail Jodariónok, observa que o mais assustador para os sistemas de armas de mísseis antiaéreos é interferência. A este respeito, sublinha que “os EUA são especialistas em guerra eletrônica”, possuindo um alto nível de preparação e uma tecnologia avançada para este tipo de guerra.

No entanto, o especialista russo diz que não pode prever a supreção do sistema S-400 com aeronaves tipo Growler. “Esta é uma equação com muitas incógnitas: Que tipo de interferência? Com que intensidade? Com que potência? Com que azimute? Com quais frequências? Com que meios rádio-eletrônicos?”, explica o analista.

Jodariónok também duvida de que exista uma “distância segura” para atacar o sistema russo. “Em primeiro lugar, o âmbito de aplicação do S-400 é muito grande e por outro, ele pode ser protegido por sistema de mísseis Pantsir/ Buk”, disse o especialista militar.

TRADUÇÃO E ADAPTAÇÃO: DAN

FONTE: RT

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