Coordenador-geral do Programa de Desenvolvimento de Submarinos com Propulsão Nuclear, Almirante de Esquadra Gilberto Hirschfeld, diz que projeto sofre com a falta de recursos financeiros. Situação foi exposta às Comissões de Finanças e Tributação e de Viação e Transportes da Câmara dos Deputados.
Esse programa da Marinha do Brasil teve início em 2008, em parceria com a França, e prevê a construção de um submarino com propulsão nuclear, quatro submarinos convencionais e um complexo de Estaleiro e Base Naval que está em construção no Município de Itaguaí, no Estado do Rio de Janeiro. Em março de 2013 foi inaugurada a Unidade de Fabricação de Estruturas Metálicas, que também faz parte do programa.
O Almirante Gilberto Hirschfeld chama a atenção para a importância do Programa de Desenvolvimento de Submarinos com Propulsão Nuclear, pois traz para o Brasil parte da tecnologia desenvolvida na França, além do fato de que pretende capacitar pelo menos 600 engenheiros brasileiros.
Hirschfeld ressalta, que com a crise econômica no país e os ajustes do Governo o projeto orçado em R$ 31,8 bilhões está ameaçado de perder cerca de 41% dos recursos.
As obras de construção do submarino de propulsão nuclear estão previstas para ter início em 2016, com previsão de conclusão somente em 2023.
Após as denúncias do Almirante de Esquadra Gilberto Hirschfeld, o secretário de Controle Externo da Defesa Nacional e representante do Tribunal de Contas da União, Edison Franklin, afirmou que as contas da Marinha estão todas em dia.
Durante a audiência na Câmara, a Deputada Soraya Santos (PMDB-RJ), garantiu a conclusão do projeto, que para o Brasil será de grande importância tecnológica e de qualificação profissional.
“A gente vai concluir esse projeto porque é um salto de conhecimento. A troca tecnológica na área nuclear é impossível, porque não há confiança o suficiente. Nós temos dois ganhos: nós qualificamos pessoas, nós temos o nosso corpo, isso é um projeto que está sendo criado aqui em São Paulo por pessoas que estão prontas para uma tecnologia que é nossa. Além das que vamos agregar com essa troca em parceria com a França. Então, estamos a bordo, sim.”
A Deputada Soraya Santos, que foi uma das requerentes da audiência, afirmou que as comissões voltarão a se reunir para discutir o assunto e achar saídas para o problema da possível falta de recursos para o projeto.