Por Ju-min Park e Jack Kim
A explosão, na comemoração dos 68 anos da fundação da Coreia do Norte, foi mais poderosa que a bomba detonada em Hiroshima, de acordo com estimativas, e gerou condenações dos Estados Unidos, assim como da China, principal aliada de Pyongyang.
Sob o comando do ditador Kim Jong Un, de 32 anos, a Coreia do Norte acelerou o desenvolvimento de seu programa nuclear e de mísseis apesar de sanções da ONU, que foram endurecidas em março e isolaram ainda mais o país.
A presidente da Coreia do Sul, Park Geun-hye, que estava no Laos após uma cúpula de líderes asiáticos, disse que Kim está mostrando um “atrevimento maníaco” ao ignorar completamente o pedido do mundo para abandonar a busca por armamentos nucleares.
O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, voltando do Laos para casa a bordo do avião presidencial Air Force One, disse que o teste irá acarretar “consequências sérias” e conversou com Park e com o primeiro-ministro japonês, Shinzo Abe, informou a Casa Branca.
A China disse ser terminantemente contrária ao teste e exortou Pyongyang a parar de adotar quaisquer ações que agravem a situação, dizendo que irá apresentar um protesto à embaixada norte-coreana em Pequim.
A Coreia do Norte, que classifica o Sul e os EUA como seus inimigos principais, disse que seus “cientistas e técnicos realizaram um teste de explosão nuclear para julgar o poder de uma ogiva nuclear”, de acordo com sua agência oficial de notícias, a KCNA.
O regime disse que o teste provou que a Coreia do Norte é capaz de montar uma ogiva nuclear em um míssil balístico de alcance médio, que testou pela última vez na segunda-feira, quando Obama e outros líderes mundiais estavam reunidos na China para a cúpula do G20.
Nunca foi possível verificar de maneira independente as afirmações de Pyongyang sobre sua capacidade de miniaturizar uma ogiva nuclear.
Seus testes contínuos, que desafiam as sanções impostas ao país, representam um desafio para Obama nos últimos meses de sua presidência e poderiam influenciar a eleição presidencial norte-americana em novembro, além de se tornar uma dor de cabeça a ser herdada por quem o suceder.
“As sanções já foram impostas em quase tudo que é possível, então a política está em um impasse”, disse Tadashi Kimiya, professor da Universidade de Tóquio especializado em temas coreanos.
“Na realidade, os meios através dos quais Estados Unidos, Coreia do Sul e Japão podem pressionar a Coreia do Norte chegaram ao limite”, afirmou.
A Coreia do Norte vem testando tipos diferentes de mísseis em um ritmo inédito neste ano, e a capacidade de montar uma ogiva nuclear em um míssil é especialmente preocupante para seus vizinhos sul-coreanos e japoneses.
“A padronização da ogiva nuclear irá permitir que a RPDC produza uma variedade de ogivas nucleares menores, mais leves e diversificadas e de maior poder de impacto à vontade e tantas quantas quiser”, disse a KCNA, referindo-se ao nome formal da nação, República Popular Democrática da Coreia.
Não ficou claro se Pyongyang notificou Pequim ou Moscou sobre seu plano de teste nuclear. Autoridades de alto escalão de Pyongyang estiveram nas duas capitais nesta semana.
FONTE: Reuters