Manobras militares com fogo real seriam as maiores já realizadas por Pyongyang e coincidem com a chegada de um submarino americano à costa da Coreia do Sul. EUA fazem ofensiva diplomática perante aliados asiáticos.
Segundo a agência de notícias sul-coreana Yonhap, o exercício militar foi conduzido próximo da cidade portuária de Wonsan. O ditador Kim Jong-un teria participado das manobras, nas quais foi testada artilharia de longo alcance. Este seria o maior exercício de artilharia real já conduzido pela Coreia do Norte, de acordo com uma fonte citada pela agência. Ele ocorre em celebração à fundação, em 1932, da guerrilha antijaponesa criada por Kim Il-sung, avô do atual ditador.
O exercício militar norte-coreano e a comemoração do aniversário de seu exército chegam num momento de tensão na região por conta dos testes bélicos de Pyongyang e o crescente temor que o país asiático realize um novo teste nuclear, que aumentaria a tensão com os EUA.
Fotografias feitas por satélite mostraram atividade no centro de testes nucleares de Punggye-ri, no nordeste do país, onde ocorreu há dez dias um grande desfile militar. Mas ao menos na data comemorativa desta terça-feira, Pyongyang não realizou nenhum teste atômico, que geralmente são executados pela manhã.
A Coreia do Norte comunicou que reforçará suas “medidas nucleares de autodefesa”, após a ordem de Washington de enviar para a península coreana o porta-aviões Carl Vinson, em resposta ao lançamento de um míssil norte-coreano no início do mês.
Enquanto o porta-aviões americano de propulsão nuclear ainda está a caminho, nesta terça-feira o submarino nuclear USS Michigan atracou na cidade costeira sul-coreana de Busan. O submarino americano deve participar de exercícios militares conjuntos com o porta-aviões Car Vinson em breve, segundo a agência Yonhap. O USS Michigan é um submarino de propulsão nuclear que transporta 154 mísseis de cruzeiro Tomahawk e 60 tropas de operações especiais, além de mini-submarinos.
Encontro trilateral em Tóquio
Também nesta terça-feira, diplomatas de Japão, Coreia do Sul e Estados Unidos concordaram em coordenar estreitamente “todas as ações” contra a Coreia do Norte. Na reunião em Tóquio, o sul-coreano Kim Hong-kyun, o japonês Kenji Kanasugi e o americano Joseph Yun discutiram formas de lidar com o regime norte-coreano.
“Concordamos em coordenar todas as ações – diplomáticas, militares e econômicas – em relação à Coreia do Norte”, disse Yun, representante especial dos EUA para a política da Coreia do Norte. Este encontro trilateral é o segundo desde que Donald Trump assumiu a presidência dos EUA, em 20 de janeiro. “Nós advertiremos veemente a Coreia do Norte para que pare com as provocações estratégicas, mas tomaremos medidas punitivas fortes que o Norte não poderá suportar caso não cumpra”, disse Hong-kyun. O representante sul-coreano se recusou a elaborar detalhes sobre quais seriam essas ações punitivas.
Os três representantes também concordaram em instar a China, principal benfeitor da Coreia do Norte, a exercer mais influência para travar os programas nucleares e de mísseis de Pyongyang. O ministro do Exterior do Japão, Fumio Kishida, comunicou que o representante especial da China para assuntos da península corenana, Wu Dawei, está programado para visitar o Japão ainda esta semana para conversas com autoridades japonesas.
FONTE: DW
FOTOS: Ilustrativas