Por Christine Kim e Martin Petty
Especialistas da Coreia do Sul disseram que os planos revelados pela reclusa Coreia do Norte elevam consideravelmente os riscos, já que Washington provavelmente considerará qualquer míssil apontado para seu território como uma provocação, ainda que lançado como teste.
O progresso norte-coreano aparentemente rápido no desenvolvimento de armas e mísseis nucleares capazes de atingir o território continental dos EUA alimentou tensões que escalaram para uma guerra de palavras entre Washington e Pyongyang na semana passada, preocupando potências regionais e investidores globais.
As ações caíram pelo terceiro dia em todo o mundo, e em Seul atingiram seus menores valores em sete semanas, depois que a Coreia do Norte disse estar finalizando os planos para disparar quatro mísseis de alcance intermediário sobre o Japão para caírem a 30-40 quilômetros de Guam, detalhando um plano anunciado inicialmente na quarta-feira.
Guam, uma ilha tropical localizada mais de 3 mil quilômetros ao sudeste da Coreia do Norte, é o lar de cerca de 163 mil pessoas e de uma base militar norte-americana que inclui um esquadrão de submarinos, uma base aérea e um grupo da Guarda Costeira.
Tal como anunciada pelos norte-coreanos, a trajetória planejada dos mísseis atravessaria algumas das rotas marítimas e aéreas mais movimentadas do planeta.
O Exército da Coreia do Norte finalizará seus planos em meados de agosto, deixando-os prontos para uma ordem do líder Kim Jong Un, relatou a agência de notícias estatal KCNA citando o general Kim Rak Gyom, comandante da Força Estratégica do Exército do Povo Coreano.
“Os foguetes Hwasong-12 a serem lançados pelo KPA (Exército do Povo Coreano) cruzarão os céus acima de Shimane, Hiroshima e Koichi, no Japão”, disse a reportagem. “Eles voarão 3.356,7 quilômetros durante 1,065 segundos e atingirão as águas a 30-40 quilômetros de distância de Guam”.
Embora Pyongyang ameace destruir os EUA e seus aliados com frequência, a reportagem foi incomum pelo detalhamento e foi publicada na esteira de dois testes bem-sucedidos de um míssil intercontinental, realizados em julho, e de uma série de outros testes de mísseis.
FONTE: Reuters