Por Nikolai Litôvkin
Sistema poderá interceptar mísseis hipersônicos a velocidades de até 3 quilômetros por segundo. O complexo de defesa antiaérea da Rússia será totalmente rearmado até o início da década de 2020, segundo o Ministério da Defesa do país.
A principal novidade serão os novos sistemas de defesa antiaérea Buk-M3, capazes de interceptar todos os alvos aéreos existentes. O novo Buk pode derrubar mísseis balísticos ou de cruzeiro guiados, bombas aéreas, projéteis de alta precisão, aeronaves (caças, bombardeiros, helicópteros) e veículos aéreos não tripulados de reconhecimento ou de ataque.
Um único sistema Buk-M3 pode criar uma espécie de escudo aéreo de até 70 quilômetros, atingir alvos a até 40 quilômetros de altitude e eliminar mísseis ou aviões a velocidades de até 3 quilômetros por segundo.
Os equipamentos do novo sistema podem suportar temperaturas entre 50 grau Celsius negativos e 50 graus Celsius positivos, e funcionam em condições de guerra eletrônica.
O Buk-M3 pode ainda rastrear até 48 alvos simultaneamente e disparar fogo concomitantemente contra quatro alvos. A arma pode ser transportada em um chassi com lagartas ou com rodas ou pode ser instalada em vagões de trens e em navios.
Segundo o ex-analista militar do jornal Izvêstia, Dmítri Safonov, o novo Buk pode atingir alvos com 97% de precisão.
“Nenhum outro sistema no mundo tem capacidades similares, nem o ‘Chaparral” dos EUA, nem o ‘Rapier’ da Grã-Bretanha, o ‘Roland-5’ franco-alemão, ou o ‘Crotale NG’ francês”, disse Safonov.
Mísseis para o Buk-M3
O sistema Buk opera de acordo com o princípio “dispare e esqueça” (do inglês, “fire and forget”, método de mísseis guiados de terceira geração). Assim, o míssil 9M317M rastreia alvos durante todo o voo usando o sistema de orientação por radar instalado em sua ogiva.
O míssil Buk é muito manobrável, pode suportar grandes forças-G e perseguir alvos aéreos pelas trajetórias mais complexas e imprevisíveis possíveis.
Uma das principais vantagens do Buk-M3 é que nele, assim como nos sistemas de defesa antiaérea S-300 e o S-400, os mísseis de lançamento vertical definem o curso de ataque apenas no ar.
Segundo a agência Ria Nôvosti, isto aumenta significativamente a cadência de tiro do Buk – o ângulo do lançador não requer ajustes, e sucessivos lançamentos dos mísseis podem ocorrer em segundos.
FONTE: Rússia Beyond