Durante a Guerra Fria, a Noruega construiu uma base naval secreta chamada Olavsvern, que foi esculpida na montanha nos arredores da cidade de Tromsø, no Círculo Ártico. A base, é composta de um hangar submarino escavado na rocha com acesso direto ao mar, cerca de 150 mil m² de edifícios e demorou 30 anos para construir para combater a ameaça da União Soviética, custando a NATO/OTAN, cerca de US$ 500 milhões.
Então como é que a base está agora, cheia de navios de investigação da Rússia?
O preço de venda foi de lamentáveis 105 milhões de coroas, ou 18 milhões de dólares. Mas, mesmo não alcançando o valor pedido, a base foi vendida para um grupo de empresas de perfuração de petróleo norueguesa por apenas US$ 5 milhões, ou 1% dos seus custos de construção.
Os novos proprietários em seguida, alugaram o local para navios de pesquisas russos, incluindo o que AFP descreve como “navios de pesquisa sísmica supostamente ligados a gigante estatal de energia Gazprom”.
A área em torno do Pólo Norte está sujeita a muitas declarações e competição, no que poderia vir a ser uma nova “Crimeia”. Em um momento de aumento das suspeitas das atividades russas no mar, incluindo militares russos no território de seus vizinhos escandinavos, o caso não caiu bem.
Um vice-almirante da reserva que estava no comando das forças do norte da Noruega, disse à AFP:
Vendemos a única base digna desse nome que tínhamos lá em cima. É pura loucura. Nós somos o único país junto com a Rússia a ter uma presença permanente no mar de Barents, onde partilhamos uma fronteira comum. Se os navios não estão lá onde eles são necessários, então eles poderiam muito bem ser desmantelados.
O atual governo de direita, disse à agência de notícias francesa que não tem planos para reverter o curso sobre a venda ou bloquear navios russos de entrar. Ironicamente, foi o governo de esquerda de Jens Stoltenberg, que privatizou o base. Stoltenberg é agora o chefe da NATO/OTAN e vem alertando a Europa e os EUA, que a ameaça militar russa é séria.
E antes que você pergunte, não, isto não é um golpe de marketing para o novo filme de James Bond.
FONTE: AFP