Por Siva Govindasamy
REUTERS – Cingapura adiou a decisão sobre a compra por $1 bilhão de helicóptero após o acidente em abril de um H225 Super Puma da Airbus, cuja versão militar era o favorito para conquistar o contrato, disseram fontes familiarizadas com o assunto.
Os militares estão procurando substituir 32 envelhecidos Super Pumas, mas todo o processo foi congelado até que haja clareza sobre as consequências do acidente ocorrido em 29 de abril último, que matou 13 trabalhadores da área de petróleo e a tripulação, ao largo da costa da Noruega. A subsidiária do grupo Airbus, chamada Airbus Helicopters, luta com o mais recente em uma série de contratempos do H225 Super Puma, um burro de carga da indústria offshore de petróleo e amplamente utilizado em todo o mundo para a busca e salvamento e operações de transporte aéreo militar.
A disputa estava entre a Airbus Helicopters e a empresa italiana Finmeccanica Leonardo, e o adiamento marca o primeiro grande teste de confiança na versão militar da aeronave, que colocou no chão todas as aeronaves da versão civil. Fontes que não quiseram ser identificadas devido à sensibilidade da questão, informaram que não se pode dizer quando uma decisão será tomada. Cingapura não anunciou até agora qualquer ligação com os H225 groundeados (no solo) e os seus Super Pumas militares. Vários outros países, incluindo a França e o Brasil(Sic), continuam voando com seus Super Pumas.
O Ministério da Defesa de Cingapura não forneceu uma resposta imediata a um pedido de comentário sobre a compra e suas operações com os Super Puma.
“Não podemos comentar sobre o que Cingapura pode ou não fazer”, disse um porta-voz da Airbus Helicopters em um e-mail. É a “prioridade principal” da empresa que está trabalhando com investigadores para identificar a “causa raiz” do acidente na Noruega, ele acrescentou. É prioridade também “fornecer apoio aos clientes que estão voando missões” com a família Super Puma de helicópteros, acrescentou.
Cingapura tem o maior orçamento de defesa do Sudeste Asiático, mesmo no contexto do aumento dos gastos em toda a região, e como a China se torna cada vez mais assertiva no Mar do Sul da China, possuir tecnologia militar moderna é fundamental para Cingapura, que precisa compensar seu pequeno tamanho e população.
A ilha tem muito procurado substituir seus Super Pumas, que têm uma idade média de 27 anos, e uma decisão foi prevista para o primeiro semestre de 2016, após uma avaliação de 18 meses de duração. Enquanto o Leonardo-Finmeccanica AW101 também foi indicado, fontes disseram que o Airbus H225M era o favorito. O acidente na Noruega aconteceu após as pás do rotor principal terem se separado da aeronave. Técnicos noruegueses disseram em 2 de Junho que tinham encontrado evidências metalúrgicas “altamente consistente com a fadiga” em uma parte da caixa de engrenagens. No dia seguinte, a Autoridade Europeia para a Segurança da Aviação (EASA) colocou todos os Super Pumas civis no chão. Esta decisão, no entanto, não se aplica às frotas militares.
NOTADO DO EDITOR: As aeronaves H225M das Forças Armadas Brasileiras estão “groundeadas” até que sejam identificadas as razões do acidente com a versão civil. A posição oficial das FAAs pode ser acessada aqui.
TRADUÇÃO E ADAPTAÇÃO: DAN