PEQUIM/WASHINGTON (Reuters) – A China afirmou nesta sexta-feira que está “fortemente insatisfeita” depois que um avião espião dos Estados Unidos sobrevoou parte do Mar do Sul da China nesta semana, perto de onde o país asiático está construindo ilhas artificiais. Os chineses exortaram os EUA a suspender tais atos sob risco de causar um acidente.
O voo ocorrido na quarta-feira teve destaque após a decisão incomum do Pentágono de convidar uma equipe da emissora CNN a embarcar no avião de vigilância P-8A Poseidon. A Marinha chinesa teria emitido oito advertências para a aeronave se afastar do território contestado.
O porta-voz da chancelaria chinesa, Hong Lei, disse que o Exército expulsou o avião, de acordo com regulamentos relevantes. Ele classificou a ação dos EUA como uma ameaça à segurança de ilhas e recifes da China.
“Esta ação é suscetível de causar um acidente, é muito irresponsável, perigosa e prejudicial para a paz e a estabilidade regional. Expressamos nossa forte insatisfação, instamos os EUA a respeitar estritamente o direito internacional e as regras internacionais e que se abstenham de tomar qualquer ação arriscada e provocativa”, disse ele em entrevista coletiva.
“A China vai continuar a acompanhar de perto a área e tomar as medidas necessárias e adequadas para evitar prejuízos para a segurança das ilhas e recifes da China, bem como quaisquer acidentes marítimos e aéreos.”
Um porta-voz do Pentágono chamou a missão de “rotineira” e disse que tais voos ocorrem “a cada poucos dias”.
Reportagem de Sui-Lee Wee, em Pequim; e de David Brunnstrom, em Washington.