Israel expressou desapontamento com decisão de chamar embaixador para consulta e disse que país ‘cria problemas em vez de contribuir para soluções’
“A decisão não reflete o nível de relacionamento entre os países e ignora o direito de Israel de se defender. Passos como esse não contribuem para promover a calma e a estabilidade na região. Ao contrário, dá respaldo ao terrorismo e, naturalmente, afeta a capacidade do Brasil de exercer influência. Israel espera apoio de seus amigos em sua luta contra o Hamas, que é reconhecido como uma organização terrorista por muitos países pelo mundo”.
— Essa é uma infeliz demonstração de porque o Brasil, um gigante econômico e cultural, se mantém um anão diplomático. O relativismo moral por trás dessa medida transforma o Brasil num parceiro diplomático irrelevante, que cria problemas em vez de contribuir para soluções — disse à imprensa israelense o porta-voz da chancelaria, Yigal Palmor.
Na quarta-feira, o Itamaraty chamou o embaixador de Israel em Brasília, Rafael Eldad, para uma conversa. Nela, o embaixador Figueiredo demonstrou seu descontentamento quanto à situação na Faixa de Gaza. Em seguida, o ministério emitiu uma nota oficial explicando por que chamou o embaixador em Tel Aviv de volta.
“O Governo brasileiro considera inaceitável a escalada da violência entre Israel e Palestina. Condenamos energicamente o uso desproporcional da força por Israel na Faixa de Gaza, do qual resultou elevado número de vítimas civis, incluindo mulheres e crianças. O Governo brasileiro reitera seu chamado a um imediato cessar-fogo entre as partes”.
Na nota, o Itamaraty explica porque o Brasil votou ontem a favor da criação de uma comissão de inquérito para investigar supostos crimes de guerra de Israel numa votação do Conselho de Direitos Humanos das Nações Unidas (UNHRC, na sigla em inglês), em Genebra: “Diante da gravidade da situação, o Governo brasileiro votou favoravelmente a resolução do Conselho de Direitos Humanos das Nações Unidas sobre o tema, adotada no dia de hoje”.
FONTE: O Globo