Por Joaquim Padilha
Já são 96 mortos desde o início dos protestos contra o presidente Nicolás Maduro, na Venezuela. Em meio a esse cenário, o embaixador brasileiro Ruy Pereira em Caracas, capital do país, discute providências para proteger a comunidade brasileira na Venezuela.
A conta da embaixada é que atualmente 32 mil brasileiros vivam no país. Ruy Pereira convocou uma reunião para os próximos dias 25 e 26 com líderes diplomáticos da Venezuela, para evitar que a vida desses brasileiros seja prejudicada por uma iminente “guerra”.
O analista político do centro de pesquisas Datanalisis, Luis Vicente León, acredita que a posição do Brasil de se antecipar a uma eventual guerra civil é correta – e que a Venezuela realmente percorre para esse caminho.
“O governo [venezuelano] acredita que está morto politicamente se não conseguir passar a sua Constituinte. Mas da mesma forma, a oposição sente que essa Constituinte representa sua morte e também da democracia, da República, dos direitos humanos e econômicos”, diz León.
Além da votação da Constituinte que pode prolongar o regime do presidente Maduro, marcada para dia 30, a população venezuelana enfrenta uma crise econômica que fez com que uma cesta básica custe o equivalente a quase 19 salários mínimos.
A oposição ao regime de Maduro convocou, nesta quinta-feira (20), uma greve geral, contra o presidente. Em resposta, o governo venezuelano pediu a convocação do Conselho de Defesa da ONU.
O Conselho representa o “organismo máximo de consulta para a planificação e assessoramento do Poder Público em assuntos relacionados com a defesa integral da Nação, sua soberania e a integridade de seu espaço geográfico”, diz León.
O analista afirma que nesse cenário, o pedido de assessoramento do Conselho representar o tocar de tambores de guerra na Venezuela. O presidente Maduro afirma que os protestos contra ele são provenientes de um golpe, regido pelas nações imperialistas.
FONTE: Midiamax