O biatlo de tanques, competição que ocorreu na Rússia em 2013, provocou um interesse legítimo também no exterior. Tanquistas da Rússia, da Bielorrússia, da Armênia e do Cazaquistão lutaram pelos prêmios.
No ano corrente, a lista de participantes vai aumentar: nas competições participarão com suas máquinas tanquistas da Alemanha, Itália e EUA. A participação dos dois primeiros países foi planejada antecipadamente, mas a visita dos americanos só foi anunciada por Vadimir Putin, presidente da Rússia, num encontro com estudantes do Instituto de Física de Moscou, realizado recentemente.
Pela primeira vez no mundo
Por si só, as competições das melhores tripulações de tanques não são novidade: elas realizaram-se tanto na URSS, como no Ocidente, onde gozava de grande fama o Canadian Army Trophy, competições iniciadas por iniciativa das tropas canadenses na Alemanha Ocidental. Nelas participavam tanquistas de todos os países importantes da OTAN. Os vencedores desses torneios, que se realizaram entre 1963 e 1991, recebiam como prêmio um modelo de prata do tanque Centurião.
Mas as competições soviéticas e o seu análogo ocidental tinham uma insuficiência: destacando os melhores entre os seus, elas não respondiam a uma pergunta que preocupava muitos em ambas as partes da “cortina de ferro”: quais são os melhores tanques e tanquistas?
O novo biatlo de tanques irá responder a ela pela primeira vez. Competições diretas de tanquistas russos em máquinas russas com os seus colegas ocidentais na própria maquinaria provocarão obrigatoriamente grande interesse em todo o mundo. Tanto entre amadores, como entre profissionais.
Não ficar mal na fotografia
O biatlo de tanques de 2013 foi realizado num tipo de máquinas de combate: T-72B, familiar aos tanquistas de todos os países participantes. Porém, para uma competição com os tanques ocidentais modernos, isso será pouco. Isto diz particularmente respeito à Alemanha, cujo tanque fundamental é o Leopardo-2A6, a versão mais avançada dessa conhecida série. Da parte russa, o poderio militar nacional poderá estar dignamente representado pelo T-90, principalmente a sua versão SM/AM.
O sistema mais perfeito de pontaria dessa máquina permite aos atiradores reduzir significativamente o tempo para atingir alvos. Ao mesmo tempo, as condições da competição exigem a participação nela tripulações de combate em máquinas de combate, mas, por enquanto, o novo T-90 ainda não equipa as tropas.
Uma variante paliativa possível será o emprego dos T-72 modernizados, que estão equipados com sistemas aperfeiçoados de tiro. Pelo menos, essas máquinas são bem mais familiares aos tanquistas russos e isso reduz seriamente o risco de possíveis erros durante as competições.
As competições terão duas etapas: crosse e tiro. O crosse é constituído pela travessia de um itinerário complexo com muitos quilômetros e os seguintes obstáculos: vau, obstáculos, colina e ponte com trilhos. No itinerário haverá etapas rápidas e lugares para ultrapassagem. Serão retirados segundos se os tanques derrubarem cones ou se desviarem do itinerário.
Durante o tiro, as tripulações devem atingir alvos de três formas (de uma certa forma em cada etapa):
– com munições convencionais (três munições mais uma de reserva): três alvos que imitam blindados a 1,6 1,7 e 1,8 km
– de uma metralhadora antiaérea da torre do tanque (20 munições, 5 de reserva): um alvo que imita um helicóptero a uma distância de 900 metros
– com uma munição dirigida: um alvo que imita um blindado a uma distância de 2 km.
Em caso de falha, a tripulação tem de fazer mais um círculo de castigo com uma distância de 500 metros.
Na etapa do tiro, as regras, a julgar por tudo, deverão ser alteradas: nem os tanques americanos, nem os alemães estão equipados com munições dirigidas à distância. Quanto ao resto, essas regras serão adequadas, embora não universais, e permitirão organizar um espetáculo vistoso.
Talvez um dos principais objetivos do biatlo de tanques seja: as competições são melhores do que a guerra.
Fonte: Voz da Rússia