O presidente boliviano, que voltava de Moscou para La Paz, teve de fazer um pouso forçado em Viena. O ex-agente não foi encontrado na aeronave. Após 13 horas “retido”, Morales retornou à Bolívia
Morales regressava na noite de terça-feira (2) de Moscou, capital russa, onde havia participado de uma reunião dos países produtores de gás natural, para La Paz, na Bolívia. De acordo com autoridades bolivianas, houve ordens de proibição à aeronave de Morales nos territórios da França, Itália e de Portugal. Após negativa de passagem por estes países, a rota do voo presidencial teve então de ser desviada. O avião fez um pouso forçado em Viena, na Áustria, onde Morales ficou “retido” por mais de 13 horas. Na manhã desta quarta-feira (3), Morales conseguiu embarcar para La Paz.
Na capital austríaca, o avião não foi revistado, segundo o porta-voz do governo, por não haver razão legal para a ação. Mas segundo Morales, o embaixador espanhol em Viena, Alberto Carnero, esteve no aeroporto e pediu que ele tomasse o café da manhã dentro do avião. “Para ver o avião e, no fundo, querer controlá-lo. Não sou nenhum criminoso para que controlem meu avião”, afirmou o presidente boliviano, que negou “qualquer conduta irregular”. A Bolívia é um dos 21 países (incluindo o Brasil) aos quais Snowden pediu asilo político.
“Evo Morales foi sequestrado na Europa”
Para o governo da Bolívia, ao ser retido na Europa, o presidente “foi sequestrado pelo imperialismo”. O vice-presidente boliviano e presidente interino, Álvaro García Linera, afirmou que “não pode haver impunidade com esta tentativa de colonialismo” e que Morales “não é nenhum delinquente”.
O ministro dos Negócios Estrangeiros da Bolívia, David Choquehuanca, disse que o país aguarda explicações das autoridades europeias. “Não sabemos de onde veio essa informação mal-intencionada, essa enorme mentira. Eles têm de nos dar explicações”, disse o chanceler.
Edward Snowden é acusado de espionagem pelos Estados Unidos e está na área de trânsito do Aeroporto de Moscou, na Rússia, à espera da concessão de asilo político. O ex-agente denunciou que os norte-americanos monitoravam e-mails e ligações telefônicas de cidadãos dentro e fora do país. Há, ainda, informações de que comunicações da União Europeia também foram monitoradas. O norte-americano pediu asilo também ao Brasil.
FONTE: Revista Época