Submarinos alemães agora aparecem a aposta mais segura substituição da classe Collins. Recentemente o governo Australiano realizou um “shake-up” nas opções para substituir a envelhecida classe de submarinos Collins.
Enquanto uma modernização da classe Collins era uma dos opções favoritas pelo baixo custo, uma briga entre o estaleiro sueco Kockums e a gigante industrial Thyssen Krupp Marine Systems, um submarino alemão poderia entrar como opção.
A opção nuclear permanece fora de questão, apesar dos EUA indicarem que seria passível de uma abordagem australiana sobre os submarinos da classe Virgínia.
O entusiasmo do primeiro-ministro Tony Abbott pelo submarino japonês classe Soryu – um dos mais avançados submarinos diesel elétricos do mundo – também lançou uma nova opção para a disputa.
A Austrália está à procura de um submarino com 4000 toneladas aproximadamente, armado com mísseis de cruzeiro de ataque terrestre e capaz de realizar inteligência e vigilância de longo alcance. Oficialmente, o ministro da Defesa David Johnston diz que todas as quatro abordagens para a compra de novos submarinos ainda estão em cima da mesa e devem fazer parte do lançamento de um novo Livro Branco de defesa até abril do próximo ano.
O antigo governo trabalhista estudou as opções para um Collins modernizado ou um com novo design, mas a Coalizão re-adotou dois outros – um projeto existente off-the-shelf apenas ligeiramente modificado para a as condições da Austrália ou um projeto existente modificado de forma mais drástica.
O senador Johnston também jogou sérias dúvidas sobre a necessidade de 12 submarinos e o preço de até 36 bilhões de dólares, em uma conferência ocorrida em Canberra, quando ele disse que o número 12 nunca tinha sido justificado.
“Tem havido muita especulação sobre se precisamos de 12 submarinos”, disse o senador Johnston. “Deixe-me deixar claro que o meu foco principal não está no número, mas na capacidade e disponibilidade dos submarinos necessários para atender as tarefas definidas pelo governo.”
Opção japonesa na mesa
O senador Johnston também descreveu o submarino japonês como o submarino convencional em serviço mais capaz e o mais próximo de todos os candidatos, incluindo os submarinos europeus, para atender às necessidades da Austrália. Tem sido relatado que o Japão poderia estar disposto a vender para a Austrália o submarino Soryu de 3.500 toneladas.
Certamente Austrália e Japão deverão assinar um acordo de compartilhamento de tecnologia e defesa como parte da determinação do primeiro-ministro japonês, Shinzo Abe, para normalizar a postura de defesa de Tóquio.
Mas fontes de defesa não acreditam na perspectiva do Japão vender para a Austrália, um submarino inteiro e sugerem que seja mais provável, a instalação de alguns dos sistemas do Soryu, em outro projeto, entretanto, o governo opta pela opção de Abbott.
Caso o Japão venda a Austrália uma frota de submarinos da classe Soryu, seria a maior venda de armas desde que Tóquio teve as restrições para vender armas relaxadas há dois anos, e também presumivelmente sacrificará empregos em ASC, baseado em Adelaide. Mas tal venda exigiria a alteração das restrições constitucionais de autodefesa do Japão impostas após a Segunda Guerra Mundial e que seria como inflamar as tensões na região, incorrendo na ira da China.
A disputa entre os governos da Suécia e da Alemanha, derrubou de vez a opção pela modernização da classe Collins. Na conferência de Canberra, no início de abril, depois que o contra-almirante (RET) Göran Larsbrink da agência governamental de compra sueca, disse que tinha sido um erro vender o estaleiro sueco Kockums à Thyssen Krupp Marine Systems, os suecos o readquiriram.
O governo sueco possui a propriedade intelectual Kockums para os submarinos da classe Collins e uma fonte de defesa sugere que, a opção de modernização do Collins pode voltar a ser considerada.
Kockums se transforma em SAAB
A SAAB, gigante de defesa sueca irá construir a próxima geração de submarinos para a sua Marinha. A SAAB tem se empenhado para manter a força de trabalho a partir do estaleiro Kockums e está dando um passo agressivo para o projeto australiano.
Mas fontes de defesa sugerem que a desvantagem da SAAB, é que ela não construiu ainda um submarino. O Kockums foi excluído de uma pesquisa global de design inicial pelo antigo governo trabalhista. Nenhum dos submarinos existentes oferecidos pelos construtores de submarinos europeus foram considerados suficientemente grande ou como tendo a resistência para as patrulhas de longo alcance exigidos pela Austrália, e é por isso que a opção europeia “off-the-shelf”, foi descartada pelo ex-ministro da Defesa Stephen Smith.
Ambos os partidos políticos estão empenhados para que os submarinos sejam construídos no estaleiro ASC, em Adelaide, apesar dos atrasos e estouros de orçamento em curso sobre o projeto do Destroyer em $ 8,5 bilhões.
A HDW de propriedade da TKMS, é o exportador de maior sucesso do mundo dos submarinos diesel elétricos e propôs o Tipo 216 de 4.000 toneladas (uma versão esticada de seu bem sucedido Tipo 214), para o projeto australiano.
O presidente-executivo da TKMS, Hans Christoph Atzpodien disse na mesma conferência, que os alemães poderiam construir 12 submarinos para a Austrália por 2 bilhões de dólares, em vez do preço sugerida de 36 bilhões de dólares, usando a força de trabalho baseada em Adelaide.
No entanto, esse valor deve ser considerado antes de aceitar promessas de preços de empreiteiros, dada a propensão para atrasos e estouros de custos em projetos tecnicamente complexos.
A concorrência é claramente à sério.
TRADUÇÃO E ADAPTAÇÃO: Defesa Aérea & Naval