Desde então, a Rússia melhorou significativamente a posição de seu aliado, o presidente sírio Bashar al-Assad, que há seis meses parecia que perderia a guerra. A Rússia afirma que seus ataques ajudaram os soldados do regime sírio a recuperar 400 cidades e mais de 10 mil quilômetros quadrados de território.
O presidente russo, Vladimir Putin, ordenou seu ministro da Defesa a iniciar a retirada dos soldados da Síria, mas a Rússia ainda vai manter militares em duas bases. Não está claro, porém, o que exatamente esse anúncio significa.
Os ataques aéreos russos viraram o jogo no conflito, a favor de Assad, e ajudaram a colocar o regime sírio numa posição mais forte na mesa de negociação das conversações de paz em Genebra. Isso faz com que a Rússia também tenha maior influência sobre o resultado delas.
Putin disse que a Rússia vai manter suas bases aéreas e naval em Tartus e Lataquia, e vai defendê-las “por terra, mar e ar”.
Não se sabe exatamente qual equipamento militar a Rússia levou para a Síria, o que torna difícil dizer quem, ou o quê, está sendo retirado de lá. Sabe-se que a Rússia estacionou o sofisticado sistema antiaéreo S-400 na Síria, o que, na prática, dá a ela controle sobre os céus da Síria, com possível alcance até partes do Iraque, do Líbano, da Jordânia, de Israel, Chipre e da Turquia. A Rússia poderia deixar esse tipo de sistema por lá, reservando, assim, uma posição que lhe permita voltar a se envolver no conflito, se achar necessário.
A Rússia afirma que alcançou seus objetivos na Síria, levando as partes conflitantes à mesa de negociações e ampliando o papel russo no cenário mundial. Porém, a decisão de iniciar a retirada pode também ter razões econômicas.
A queda nos preços do petróleo atingiu a economia russa em cheio, e o governo teve de fazer amplos cortes orçamentários. Ele não pode se dar o luxo de continuar colocando dinheiro numa guerra cara.
Assim, a retirada pode ser um sinal ao presidente sírio de que a disposição russa de se envolver no conflito não é ilimitada, e que o seu foco passou a ser encontrar uma solução política para o conflito.
FONTE: DW
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