Por Richard Sisk
Os militares afegãos vão ficar sem aeronaves próprias de apoio aéreo de asa fixa na luta contra o Taleban no próximo verão (no hemisfério norte), já que o primeiro dos 20 A-29 Super Tucano, chegará somente em Dezembro.
“O A-29 representa uma grande evolução na capacidade de combate do Afeganistão e eles estão ansiosos para recebê-lo”, disse o general do Exército John Campbell ao Comitê das Forças Armadas na quarta-feira, mas “infelizmente eles não terão esse tipo de apoio na próxima temporada de luta no verão.”
O programa da Força Aérea orçado em US$ 427 milhões para fornecer os A-29 para os militares afegãos ficou paralizado por muito tempo por conta de longas disputas contratuais e atrasos na formação de pilotos e pessoal de apoio da Força Aérea Afegã, deixando os militares afegãos excessivamente dependentes dos EUA para apoio aéreo aproximado em combate.
Campbell, que assumiu o comando dos EUA no Afeganistão no verão passado, disse que o primeiro dos 20 A-29, deverá chegar em Dezembro. Mais aeronaves chegarão em 2016, mas a maior parte da encomenda chegará em 2017 e 2018, de acordo com o cronograma atual.
Durante o questionamento dos parlamentares, Campbell deu uma visão única de como ele assessora comandantes afegãos em contato com o inimigo. Ele disse que constantemente ouve o apelo de seus colegas afegãos: “Eu preciso de apoio aéreo aproximado, eu preciso de apoio aéreo aproximado.”
O que eu digo aos afegãos é: “Não planejem suas operações totalmente dependente de apoio aéreo aproximado. Vocês tem a capacidade. O Taliban não tem apoio aéreo aproximado, o Taliban não têm Humvees blindados, o Talibã não tem obuses D-30.” Assim, uma parte do nosso desafio é apenas a liderança, disse o general.
Ele acrescentou: “A primeira coisa que eles sempre me pedem é apoio aéreo aproximado. Nós estamos construindo o apoio aéreo aproximado deles.”
Quando eu recebo um pedido: “Hey, eu preciso de apoio aéreo aproximado.” A primeira coisa que eu lhes pergunto é: “Vocês tem uma força de reação rápida operando? Você já disparou seus morteiros? Você já disparou sua artilharia ? Você já fez uso dos seus Mi-17 (helicópteros russos) que possuem metralhadoras disparando para frente sobre eles? Vocês tem alguns Mi-35s. Já fez uso deles?”
Os afegãos também têm alguns helicópteros MD530 “Little Bird” que podem fornecer algum apoio aéreo aproximado, mas os MD530 também estão apanhados em uma disputa contratual. Em outubro passado, a Associated Press informou que o Departamento de Justiça estava investigando alegações de que um coronel do Exército tinha vendido informações privilegiadas para ganhar o contrato.
Enquanto esperamos os A-29, Campbell disse ao Comitê, “Estamos fazendo uso dos MD530 que de fato são “Little Birds (‘Passarinhos’)”, que tem duas metralhadoras calibre .50 nas laterais”.
Ele também reconheceu a frustração com os atrasos na obtenção dos A-29 para os afegãos. “É um processo muito longo”, disse Campbell. “Eu gostaria que tivesse começado anos atrás, mas estamos onde estamos. Francamente, não vejo a hora de vê-los entrando em serviço com os afegãos.”
A Embraer venceu a licitação inicial para fornecer uma aeronave de apoio aéreo aproximado para os afegãos contra a aeronave AT-6B Texan da Hawker Beechcraft. A Hawker Beechcraft entrou com uma ação para contestando o contrato, mas Embraer ganhou no tribunal e os A-29 estão sendo fabricados pela Embraer e a Sierra Nevada Corp, em Jacksonville, Florida.
Os A-29 começaram a chegar na Base Aérea de Moody perto de Valdosta, Geórgia, em Setembro passado para começar a treinar 30 pilotos afegãos e 90 mantenedores.
“Este é um programa único e uma grande oportunidade e é definitivamente um grande dia para a Base Aérea de Moody “, disse o tenente-coronel Jeffrey Hogan, Comandante da unidade de treinamento do A-29.
“Este avião é perfeito para a missão. Vai ser uma grande oportunidade para nós interagirmos com os afegãos”, disse Hogan, de acordo com o Serviço de Notícias da Força Aérea. “Nós estaremos ensinando-os, mas nós estaremos aprendendo com eles também.”
“Especificamente, a missão que nós estamos treinando é a de substituir o helicóptero Mi-35, que é um helicóptero de ataque, assim ambas aeronaves tem algumas missões em comum”, disse Hogan sobre o A-29.
“Mas realmente esta aeronave é um salto monumental em termos de recursos para a força aérea afegã. Ele vai nos permitir fazer algumas missões em comum com as do Mi-35 e além disso, vai fazer muito melhor. Ele também irá expandir algumas outras missões, o que atualmente não são possíveis de executar “, disse Hogan.
FONTE:Military.com