Por Gabriela Veloso e Iasmin Gabriele Nascimento
Em 2021, a Índia celebrou o aniversário de 75 anos de sua independência do Reino Unido, simbolizando sua busca em se consolidar internacionalmente como potência. Na região do Indo-Pacífico, o país tem se projetado e demonstrado força, especialmente no Oceano Índico.
Em movimento similar, a Indonésia, principal país do Sudeste Asiático, tem exercido liderança na região e chamado atenção de atores externos ao Sul e Sudeste da Ásia, principalmente agora, ao assumir a presidência do G20.
Quais os fatores geopolíticos desses atores têm influenciado as dinâmicas regionais do Indo-Pacifico?
A Índia possui hoje a segunda maior população mundial, e está a caminho de tornar-se a primeira, ultrapassando a China antes de 2030. Ademais, o país está entre as maiores economias mundiais e tem investido intensamente em sua indústria de Defesa, é o terceiro país que mais investe neste setor no mundo, segundo a Invest India, uma startup do governo indiano. De acordo com o The Military Balance 2021, a Índia possui o segundo maior contingente de militares ativos da Ásia, atrás apenas da China. Além disso, é importante lembrar que o país é uma potência militar nuclear.
A Indonésia, por sua vez, é o oitavo país asiático em quantidade de militares ativos, ficando atrás apenas do Vietnã no Sudeste Asiático, de acordo com o think tank International Institute for Strategic Studies. Além disso, tem exercido ainda papel central na ASEAN no que diz respeito às negociações com Mianmar e os desdobramentos do golpe militar que ocorreu no início do ano. As forças armadas indonésias estão em processo de modernização há cerca de uma década. O Ministério da Defesa do país é hoje liderado por um ex-General do Exército, Prabowo Subianto, que chegou a concorrer à presidência contra Joko Widodo. Apesar de terem sido rivais nas eleições, eles têm trabalhado conjuntamente para ampliar as capacidades militares de Jacarta.
Assim, a ascensão em relevância de Nova Delhi e Jacarta torna o tabuleiro regional mais complexo em termos de presença militar e projeção internacional. É válido, então, acompanhar a dinâmica de equilíbrio de forças, principalmente no Oceano Índico e no Pacífico Ocidental, que despertam interesses e movimentam forças militares de vários Estados pelo mundo.
FONTE: Boletim GeoCorrente