No final de 2017, o T-50, ou PAK FA, testará um novo motor sobre o céu da Rússia. Mas, devido a defeitos persistentes, modelo ainda não entrará em serviço na Força Aérea.
Por Nikolai Litôvkin
Não é a primeira vez que o lançamento do caça russo de quinta geração T-50, ou PAK FA, é adiado. A previsão inicial era de que as novas aeronaves integrassem o Exército já em 2016. No início deste ano, porém, e os desenvolvedores e os dirigentes da pasta da Defesa e adiaram novamente os planos, e não há data de lançamento prevista.
Segundo o vice-ministro da Defesa, Iúri Borissov, enquanto existirem análogos que respondam às necessidades das Forças Armadas do país, não haveria necessidade de empregar recursos financeiros na compra de um modelo novo e caro.
“O mais provável é que a aeronave seja transferida para o próximo programa federal de armamento, isto é, de 2018 a 2015”, disse o vice-ministro da Defesa, no último dia 2.
Por que o projeto é constantemente adiado?
Especialistas consultados pela Gazeta Russa não acreditam que o projeto de aeronave esteja congelado. Segundo eles, é procedimento padrão trabalhar continuamente para que a máquina atinja o nível de qualidade exigido.
“Não passa de mito, coisas que os jornais inventam. A verdade é que o projeto não está parado. Todas as fases de construção do caça estão planejadas, e o comandante da Força Aérea está no controle”, diz Víktor Murakhovski, diretor da revista “Arsenal da Pátria”.
Murakhovski explica que os desenvolvedores estão trabalhando ativamente no motor de quinta geração Izdelie-30 do caça.
Os testes do motor estão programados para final de 2017 e início de 2018. “Os desenvolvedores levarão dois ou três anos para dar os toques finais no projeto antes que comece a produção em série para a Força Aérea da Rússia”, prevê Murakhovski.
Que vantagens trará o novo motor?
O avião será capaz de manter a velocidade de cruzeiro durante os voos que excedam a velocidade do som, ou seja, 1,6 Mach (cerca de 2.000 km/h).
O motor fará com que o PAK FA seja mais difícil de detectar, ajudando-o a “desaparecer dos radares inimigos” graças a seus novos materiais, garantem os desenvolvedores.
“A construção do motor foi interrompida na década de 1990 e início de 2000, em meio à desestabilização do país. Os programas técnico-científicos não recebiam verba ou eram subfinanciados. Por isso que os desenvolvedores estão correndo para recuperar o tempo perdido”, diz Murakhovski. Esta é, segundo o observador, uma das razões pelas quais os Estados Unidos ultrapassaram a Rússia na criação de caças de quinta geração.
Quais serão as novas armas do PAK FA?
A aeronave será equipada com uma das armas mais leves de sua classe, 9-A1-4071K, que pode destruir veículos blindados do inimigo, entre outros alvos protegidos. Durante um vôo, o piloto pode usar até 150 cartuchos desta arma calibre 30 mm.
Também contará com mísseis ar-ar e ar-superfície, que estão sendo submetidos a testes de batalha em escala militar.
Quando o T-50 entrará em serviço?
O primeiro lote de caças T-50 será lançado ainda este ano. No entanto, os aviões funcionarão com os motores e características do caça Su-35S, de geração 4 ++.
“Os autênticos caças de quinta geração chegarão ao Exército russo em dois ou três anos após os testes serem concluídos. A partir de 2021, os céus da Rússia estarão protegidos pelos mais novos caças T-50”, diz Pável Bulat, chefe do laboratório internacional de Mecânica e Sistemas de Energia da Universidade de Tecnologias da Informação.
Os modelos serão também exportados? Para quem, quando e por quanto?
Os projetistas terão permissão para exportar o PAK FA três anos após sua entrada em serviço no Exército russo – o que será, presumivelmente, em 2024.
“A aeronave vai superar o nosso principal concorrente, o F-22, em termos de manobrabilidade, armas e alcance”, declarou o presidente russo Vladímir Pútin, acrescentando que o PAK FA será quase três vezes mais barato que seus análogos.
“A Índia, a Argélia e o Peru já manifestaram o desejo de comprar a aeronave e serão os primeiros clientes. A única coisa que poderia impedir isso seriam mudanças na arena geopolítica”, concluiu Murakhovski.
FONTE: Gazeta Russa