Reestruturação do Exército deverá levar base dos quartéis de Porto Alegre para Santa Maria

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Comando Militar do Sul, responsável por tropas dos três Estados do Sul, mantém sede na Capital

A partir de uma reestruturação dentro do Exército, Santa Maria vai virar o coração do cenário militar no Rio Grande do Sul. Neste ano, o comando dos quartéis sediados no Estado será transferido para o município onde fica a 3ª Divisão de Exército (DE). Já o Comando Militar do Sul, responsável pelas tropas dos três Estados do Sul, mantém sede na Capital — uma espécie de cérebro do aparato castrense.

Também reforça o protagonismo da cidade o Centro de Adestramento e Avaliação-Sul (CAA-Sul), para simulação de combates em blindados, com início das obras previsto para 2015. A 6ª DE, em Porto Alegre, está sendo desativada com o objetivo de racionalizar o emprego de pessoal, material e recursos. Os militares serão realocados em outras unidades. A 3ª Brigada de Cavalaria Mecanizada, de Bagé, e a 8ª Brigada de Infantaria Motorizada, de Pelotas, que respondiam à 6ª DE, vão passar a se reportar à 3ª DE. Também conhecida como Divisão Encouraçada, por causa da forte presença de blindados, a 3ª DE conta com duas brigadas de Cavalaria Mecanizada (Santiago e Uruguaiana), a 6ª Brigada de Infantaria Blindada (Santa Maria) e a Artilharia Divisionária (Cruz Alta). São mais de 15 mil militares. Com a troca de comando, passará a congregar mais de 20 mil.

São inúmeros os motivos que impulsionaram a troca. Santa Maria está no centro do Estado, fica mais próxima de diversos quartéis do que Porto Alegre (Uruguaiana, Santana do Livramento e Bagé, por exemplo), abriga a base aérea, tem universidades que fomentam a pesquisa e fornecem tecnologia, dispõe de duas organizações para a manutenção de blindados (Parque Regional de Manutenção 3 e 4º Batalhão Logístico) e apresenta o segundo maior efetivo militar do país. Além disso, a cidade receberá o primeiro de quatro centros brasileiros de treinamento com simuladores previstos no Sistema de Adestramento e Avaliação do Exército.

Previsto para operar em 2018, o CAA-Sul deve começar a ser erguido no ano que vem — o prédio do Simulador de Apoio de Fogo já está em construção. Em uma década, poderá receber 1,5 mil militares por dia — o foco do centro será a capacitação de tropas embarcadas (em blindados). Com investimento de R$ 500 milhões em mais de 30 prédios, se tornará o maior quartel na região.

— É uma grande oportunidade de negócios para a cidade. Empresas estrangeiras que detêm a tecnologia querem se instalar aqui. Várias já estão nos contatando. É também uma oportunidade de absorver mão de obra especializada — diz o coronel Giovany Carrião, gerente do projeto.

AS TRANSFORMAÇÕES

– A transferência de comando

* A 3ª Divisão de Exército (Santa Maria), a 5ª Divisão de Exército (Curitiba, no Paraná) e a 6ª Divisão de Exército (Porto Alegre) integram o Comando Militar do Sul. Ao longo de 2014, o comando dos militares dos quartéis sediados no Rio Grande do Sul será transferido para Santa Maria.

* Com a desativação do comando da 6ª DE, a 3ª DE será a única no RS. Ela assume a orientação das atividades da 3ª Brigada de Cavalaria Mecanizada (Bagé) e a 8ª Brigada de Infantaria Motorizada (Pelotas), que respondiam à Capital.

* A 3ª DE conta com duas brigadas de Cavalaria Mecanizada (Santiago e Uruguaiana), a 6ª Brigada de Infantaria Blindada (Santa Maria) e a Artilharia Divisionária (Cruz Alta).

* São mais de 15 mil militares. Com a transferência de comando, serão mais de 20 mil homens.

O Centro de Adestramento e Avaliação-Sul (CAA-Sul)

* Em 2015, começará a ser construído, em Santa Maria, o Centro de Adestramento e Avaliação-Sul (CAA-Sul), o primeiro de quatro centros de treinamento simulado que o país deve ter.

* Poucos países já têm centros de treinamento desse tipo, e Santa Maria terá o primeiro da América Latina. A primeira fase deve começar a funcionar em 2018. Em 2025, quando estiver concluído, o CAA-Sul poderá recepcionar até 1,5 mil militares em treinamento.

* O novo quartel da cidade será o maior do Exército na região, com efetivo de 800 a mil militares.

* O Ministério da Defesa aplicará aproximadamente R$ 500 milhões na construção de mais de 30 prédios e na compra de equipamentos de tecnologia de ponta de diferentes países.

FONTE: Zero Hora

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