O SISFRON e o Custo da Violência

Brasil perde mais de R$ 91 bilhões por ano com ações criminosas originadas nas fronteiras. Exército destaca generais influentes para destravar o SISFRON.

Por Vianney Junior

As atuais limitações no controle das fronteiras do Brasil tem repercussão direta no dia a dia de todos os brasileiros. Por fronteiras tão extensas, difíceis de serem integralmente monitoradas, ingressam no território nacional drogas, armas e contrabando. A causa da grande maioria das vidas perdidas em ações criminosas, das inúmeras famílias destroçadas pelos efeito devastador da dependência química, e da generalizada sensação de insegurança que assola o Brasil, tem exatamente aí uma origem comum: o crime transfronteiriço. Se os danos acima não podem ser mensurados, pois estão acima de qualquer preço, as perdas tangíveis, que dizem respeito à economia brasileira, custam muito caro aos cofres do país.

Com base em números consolidados, analisados de 2007 a 2015, as perdas diretas relacionadas aos crimes que têm como origem a transposição ilícita das fronteiras, os prejuízos totalizam cifras superiores a 91 bilhões de reais ao ano. Ou seja, as perdas provocadas ao Brasil pelos crimes transfronteiriços, só no ano passado, foram aproximadamente oito vezes maior que o investimento total necessário à exatamente promover a principal ferramenta para combatê-los, o Sistema de Monitoramento de Fronteiras, SISFRON.

Orçado em 12 bilhões de reais, o SISFRON fortalecerá a capacidade de ação do Exército na faixa de fronteira do país, uma área de 1,2 milhão de quilômetros quadrados. Por esta razão, o SISFRON é considerado o maior sistema de monitoramento de fronteiras do mundo. Trata-se de um conjunto integrado de recursos tecnológicos, tais como sistemas de vigilância e monitoramento, tecnologia da informação, guerra eletrônica, e inteligência que, aliados a obras de infraestrutura, vão reduzir vulnerabilidades na região fronteiriça.

O programa tem sofrido repetidos atrasos na execução de seu planejamento original devido aos cortes aplicados nos útlimos orçamentos destinados à pasta da Defesa. A fase piloto do SISFRON contará com 68 antenas de comunicação e uma infovia.

Em solenidade realizada em Campo Grande, presidida pelo Comandante do Exército, General-de-Exército Eduardo Dias da Costa VILLAS BÔAS, e com as presenças de autoridades civis e militares, o General-de-Exército PAULO HUMBERTO César de Oliveira passou o comando do CMO – Comando Militar do Oeste, ao General-de-Exército Gerson MENANDRO Garcia de Freitas.

“Depois de mais de um ano e meio à frente do CMO, precisamos da presença do General Paulo Humberto em Brasília e, para substituí-lo, escolhemos um dos mais experientes e capacitados oficiais do alto comando do Exército. Temos certeza de que o Comando Militar do Oeste continuará em uma trajetória crescente de grandes realizações e estreita ligação com a sociedade e instituições de Mato Grosso do Sul e Mato Grosso”, disse o Comandante do Exército na solenidade.

O General Menandro destacou a Fronteira Oeste como historicamente estratégica, e teceu considerações sobre a importância do Estado onde está estabelecido o Comando Militar do Oeste. “Não é só por ser o Mato Grosso do Sul o grande celeiro do país, um grande exportador, mas também por causa das belezas naturais que temos aqui, mas também a atenção às fronteiras. Desde o período colonial o Exército está aqui”. As palavras do novo comandante refletem as recentes movimentações estratégicas do Exército Brasileiro. Enquanto assume um de seus mais prestigiados generais, o Comando Militar do Oeste, seu antigo comandante, General Paulo Humberto, segue para o COTER – Comando de Operações Terrestres, em Brasília (DF). Um alinhamento mais que ideal para a aceleração deste programa de fulcral importância aos interesses do Brasil e de cada um de seus cidadãos.

Na ocasião, o governador Reinaldo Azambuja se disse ansioso pelos avanços do SISFRON, e afirmou que todas as torres estão instaladas, mas que o sistema sofreu atrasos em virtude do contingenciamento federal. “É extremamente importante a presença dos militares na fronteira do Mato Grosso do Sul. Também é muito importante frisar a instalação do SISFRON, que integra toda a comunicação e dará um enorme ganho ao monitoramento de tempo real de toda a fronteira de Mato Grosso do Sul e Mato Grosso”, comentou o governador.

O novo comandante do CMO, General Menandro já havia servido no Mato Grosso do Sul como oficial de operações do 47º Batalhão de Infantaria, em Coxim. Menandro é um dos mais respeitados generais do Exército Brasileiro, tanto no meio militar, quanto no meio civil, e em especial, no âmbito do próprio Ministério da Defesa. Na qualidade de Chefe de Operações Conjuntas do EMCFA – Estado-Maior Conjunto das Forças Armadas, cargo que ocupava antes de assumir o CMO, foi responsável pelo comando e coordenação de mais de 22.000 homens e mulheres, que propiciaram a segurança das Olimpíadas, e a tranquila realização dos Jogos no Brasil. Todos os incidentes e potenciais ameaças foram superados sem alarde, aliás, a discrição é uma marca do General.

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