Por Indiara Bessa
Um grupo armado atacou a tiros uma base da Fundação Nacional do Índio (Funai) situada na Terra Indígena (TI) Vale do Javari, no município de Atalaia do Norte, a 1.138 km de Manaus. O Exército foi acionado para reforçar a segurança no local.
O ataque ocorreu na madrugada de sábado (22), na região próxima à Base Ituí-Itacoaí. A área concentra o maior número de povos isolados da região, como os Korubos e Flecheiros, além de outras tribos que foram contatadas recentemente.
Por causa disso, o local é alvo de invasores, tais como caçadores, pescadores e garimpeiros, interessados na exploração ambiental e potencial econômico da região.
Segundo o 8º Batalhão da Polícia Militar, uma equipe de policiais se preparava na base flutuante da Funai para averiguar a presença de invasores, quando foi atacada por volta das 3h. Servidores e indígenas também estavam no local.
Os atiradores estavam em um barco na margem oposta do rio onde fica a base da Funai. A polícia trocou tiros com os criminosos e chegou a segui-los. Entretanto, um segundo grupo começou a disparar contra a polícia em outra embarcação.
De acordo com a polícia, pela intensidade do tiroteio e quantidade de munições, os grupos faziam uso de armamentos pesados. Por conta disso, do horário e da baixa visibilidade causada por uma chuva, a polícia suspendeu a abordagem que havia programado.
Na manhã de domingo (23), os infratores já haviam fugido por meio de um igapó – como é chamada a área de floresta que fica alagada ou encharcada de forma permanente, em qualquer período do ano.
A polícia afirmou ainda que observou rastros de sangue no trajeto, mas não encontrou nenhum ferido. Indígenas, servidores e policiais não foram atingidos.
Reforço de segurança
Em nota publicada nesta segunda-feira (24), a Funai comunicou que o presidente da instituição solicitou reforço da Polícia Militar e acionou o Exército por conta do ataque.
Além dos Korubos e Flecheiros, o local também é moradia dos Marubo, Kulina, Kanamari, Mayrouna e do grupo Tsohom Dyapá, todos de recente contato.
“Devido o acesso ilegal de caçadores, pescadores e garimpeiros na região, a Funai conta com a parceria do 8º Batalhão da Polícia Militar para proceder à fiscalização da área e foi justamente numa dessas operações que a equipe foi atingida pelos intensos disparos”, afirmou a Funai em nota.
FONTE: G1