19 de abril de 1648 – Data oficial do “Nascimento do Exército Brasileiro”
“Fusão de raças, forte semente
Em Guararapes pujante surgiu
Presença nacional no continente
É a Força Terrestre do Brasil”
(Trecho da Canção dos Guararapes)
19 de Abril de 1648 – Guararapes. PE. Holandeses no NE. Primeira das duas batalhas travadas nos Montes Guararapes, proximidades do Recife. A situação da guerra, naquele momento: luso-brasileiros, aproximadamente 3.000 combatentes; holandeses, 5.000 com o apoio de considerável esquadra.
Regressando ao Recife, da ilha de Itaparica, onde permanecera praticamente todo o ano anterior, o general Van Schkoppe decidiu romper o cerco imposto à capital pernambucana pelos insurgentes. A 18, com 4.500 dos seus melhores soldados, deixou Recife rumo ao sul. A esse tempo o chefe insurgente Barreto de Menezes, recém fugido à prisão flamenga, correra a apresentar-se (13.4) no renovado Arraial do Bom Jesus. Assimilando o comando e informado a saída de Schkoppe, entendeu chegar o momento de enfrentar o dominador em batalha campal. Partiu do arraial com três terços. Pela parte de 18 ocupou os montes Guararapes, escolhendo o desfiladeiro a leste como sítio ideal para o confronto. Ordenou a destruição da ponte do Muribeca e expediu o Cap Bartolomeu Soares da Cunha para, na Barreta, tomar contato e atrair o inimigo. Dispôs a sua tropa: vanguarda, responsabilidade de Vidal de Negreiros, sobre a linha de marcha do adversário, entre o brejo e o monte do norte, na direita, Felipe Camarão, disposto na Baixada; no sopé do monte escolhido Henrique Dias; Fernandez Vieira, com a reserva, ao sul do riacho que desce dos montes, entre as elevações central e sul, o esquadrão de cavalaria de Antonio Silva, cobrindo a retaguarda da gente comandada por Henrique Dias. Ao escurecer o Exército pode ouvir que Bartolomeu Cunha lutava na Barreta . Pelas oito horas do dia 19, o Cap Cardoso, dos postos avançados, recuou diante do inimigo, canalizando para o desfiladeiro o principal avanço holandês. A vanguarda, alinhando dois regimentos ordenados pelo Cel Elst, investiu incontinente sobre as posições ocupadas por Vidal de Negreiros. Foi escalando o monte, repelindo Henrique Dias e assestando artilharia na altura que conseguira conquistar. Barreto de Menezes atirou-se contra Elst, acionando a cavalaria e parte da reserva. Socorreu a posição de Henrique Dias e recuou as elevações, tomando a artilharia dos flamengos. Schkoppe lançou em ajuda de Elst os regimentos de Hauss e Brinke, cujos homens retomaram a artilharia, acometendo mais agudamente o dispositivo de Henrique Dias. Foi o momento grave da batalha. Schkoppe decidiu jogar tudo e com os regimentos Brande e Houtain investiu as formações de Camarão e de Vidal, os quais recuaram para o meio do brejo onde a quase nudez e a habilidade dos índios levou a melhor sobre o pesado e incomodo equipamento e a inexperiência do inimigo naquele terreno. Barreto, aceitando também ser necessário tentar o possível, enviou o que ainda dispunha da reserva para reforçar Camarão e Vidal entregando a este a condução do ataque. A onda de assalto obteve resultados. O Sargento Afonso Rodrigues apoderouse do estandarte-insígnia de comando superior holandês. O sucesso do combate corpo-a-corpo no brejo comprometeu o flanco adversário. Vendo repelido no desfiladeiro e sem saída no brejo onde sofria perdas substanciais, os holandeses iniciaram movimento de retração. Estava ganha a primeira Batalha dos Guararapes. Significou para os insurgentes 84 mortos e aproximadamente 400 feridos, incluídos os massacrados na véspera, na Barreta. Chuva torrencial impediu a perseguição ao inimigo em cujas fileiras, na jornada, lutaram, além de holandeses e índios aliados, mercenários poloneses, franceses, alemães, húngaros, ingleses e suecos. Fileiras diminuídas ao fim do dia em 513 mortes e 523 feridos. Entre os feridos, Schkoppe e os coronéis Keerweer e Hauss. Recolhidos no campo de batalha, dois canhões e 33 bandeiras.
Nesta batalha, brancos, negros e índios, irmanados pelo ideal de defender a pátria contra o invasor holandês, derrotaram poderosa força de um exército muito superior em efetivo, em armamento e em equipamento. Como reconhecimento desta união de raças, no dia 19 de abril
comemora-se o Dia do Exército.
21 de Abril de 1789 – Data oficial da “Inconfidência Mineira” (Dia de Tiradentes)
A Inconfidência Mineira, ou Conjuração Mineira, foi uma tentativa de revolta abortada pelo governo em 1789, em pleno ciclo do ouro, na então capitania de Minas Gerais, no Brasil, contra, entre outros motivos, a execução da derrama e o domínio português. Foi um dos mais importantes movimentos sociais da História do Brasil. Significou a luta do povo brasileiro pela liberdade, contra a opressão do governo português no período colonial. No final do século XVIII, o Brasil ainda era colônia de Portugal e sofria com os abusos políticos e com a cobrança de altas taxas e impostos.
Além disso, a metrópole havia decretado uma série de leis que prejudicavam o desenvolvimento industrial e comercial do Brasil. No ano de 1785, por exemplo, Portugal decretou uma lei que proibia o funcionamento de indústrias fabris em território brasileiro. Neste período, era grande a extração de ouro, principalmente na região de Minas Gerais. Os brasileiros que encontravam ouro deviam pagar o quinto, ou seja, vinte por cento de todo ouro encontrado acabava nos cofres portugueses. Aqueles que eram pegos com ouro “ilegal”, ou seja, sem o pagamento dos impostos devidos, sofria duras penas, podendo até ser degredado (enviado a força para o território africano).
Com a grande exploração, o ouro começou a diminuir nas minas. Mesmo assim as autoridades portuguesas não diminuíam as cobranças. Nesta época, Portugal criou a Derrama. Esta funcionava da seguinte forma: cada região de exploração de ouro deveria pagar 100 arrobas de ouro (1500 quilos) por ano para a metrópole. Quando a região não conseguia cumprir estas exigências, soldados da coroa entravam nas casas das famílias para retirarem os pertences até completar o valor devido.
Todas estas atitudes foram provocando uma insatisfação muito grande no povo e, principalmente, nos fazendeiros rurais e donos de minas que queriam pagar menos impostos e ter mais participação na vida política do País. Alguns membros da elite brasileira (intelectuais, fazendeiros, militares e donos de minas), influenciados pela idéias de liberdade que vinham do iluminismo europeu, começaram a se reunir para buscar uma solução definitiva para o problema: a conquista da independência do Brasil. O grupo, liderado pelo alferes Joaquim José da Silva Xavier, conhecido por Tiradentes, era formado pelos poetas Tomás Antonio Gonzaga e Cláudio Manuel da Costa, o dono de mina Inácio de Alvarenga, o padre Rolim, entre outros representantes da elite mineira. A idéia do grupo era conquistar a liberdade definitiva e implantar o sistema de governo republicano em nosso País. Sobre a questão da escravidão, o grupo não possuía uma posição definida. Estes inconfidentes chegaram a definir até mesmo uma nova bandeira para o Brasil. Ela seria composta por um triangulo vermelho num fundo branco, com a inscrição em latim: Libertas Quae Sera Tamen (Liberdade ainda que Tardia).
A Inconfidência Mineira transformou-se em símbolo máximo de resistência para os mineiros, a exemplo da Guerra dos Farrapos para os gaúchos, e da Revolução Constitucionalista de 1932 para os paulistas. A Bandeira idealizada pelos inconfidentes foi adotada pelo estado de Minas Gerais.
22 de Abril de 1500 – Data oficial do “Descobrimento do Brasil”
O dia 22 de abril de 1500 ficou marcado na história brasileira como a data da chegada dos portugueses ao Brasil. Esse acontecimento também é chamado por alguns de “descobrimento do Brasil”. A expedição portuguesa, formada inicialmente com 13 embarcações, era liderada pelo Capitão-mor Pedro Álvares Cabral. A expedição portuguesa e as notícias do achamento do Brasil (primeiro encontro de terras brasileiras) foram relatadas pelo escrivão da expedição, Pero Vaz de Caminha. Os portugueses permaneceram em terras brasileiras até o dia 2 de maio de 1500, quando, então, seguiram viagem em direção à Índia, o grande objetivo da expedição. A chegada dos portugueses ao Brasil é um dos resultados finais das grandes navegações a com exploração oceânica que se deu ao longo de todo o século XV. Apesar dos espanhóis terem chegado ao continente americano primeiro, os portugueses são considerados os pioneiros nesse processo de exploração, fazendo grandes “descobertas” nesse período. O papel pioneiro dos portugueses foi estudado pelos historiadores e justificado com base em fatores políticos, econômicos e geográficos.
Primeiro ponto de destaque refere-se à estabilidade política e ao fato de que Portugal tinha um território unificado havia séculos. No caso territorial, os portugueses tinham expulsado os mouros, em 1249. Em comparação, a Espanha, por exemplo, lutou contra os mouros até 1492, e ingleses e franceses lutaram entre si, na Guerra dos Cem Anos. Além de ter um território consolidado, Portugal desfrutava de uma política estável e sem conflitos desde o início da dinastia de Avis, no final do século XIV, quando João, mestre de Avis foi coroado rei de Portugal. A estabilidade política e o território unificado possibilitaram a coroa portuguesa desfrutar de um desenvolvimento comercial e tecnológico.
Esse desenvolvimento tecnológico garantiu melhorias na navegação marítima cruciais para que os portugueses explorassem os oceanos. Essa exploração englobava os interesses de expansão comercial, militar e religiosa dos portugueses. Na questão comercial, os portugueses possuíam um centro comercial muito importante em Lisboa.
O interesse em mercadorias exóticas, como as especiarias (pimenta-do-reino e canela, por exemplo), era o que mais movia os portugueses nesse contexto. A Índia possuía um vastíssimo mercado delas, motivando-os a manterem contatos comerciais com ela. Como a rota tradicional, passando por Constantinopla, havia sido fechada, era necessário explorar o oceano para achar uma nova passagem.
Para isso, Portugal decidiu explorar a costa do continente africano à procura de uma passagem que levasse à Índia. Essas expedições fizeram-nos chegar a lugares, como Madeira, Açores e Cabo Verde. Eles também fizeram a instalação de feitorias, isto é, entrepostos comerciais, ao longo da costa africana. O desejo de expansão também se deve ao fato de que os portugueses, enquanto cristãos, procuravam expandir seus domínios como maneira de promover a cristianização.
FONTE: Espaço Cultural da Aviação do Exército