CSTM: Debate sobre blindados com a participação do Cel R/1 Marco Caffe da BAE Systems

Nesta quarta-feira, 24, teve início o Brazil Armoured Vehicles Summit (BRAVS), evento faz parte da programação da 10a Conferência de Sistemas e Tecnologia Militar (CSTM) e celebra o centenário de sua chegada ao Brasil. As palestras ocorreram no auditório verde, que será realizado até sexta-feira, 26, no Estádio Nacional de Brasília.

O papel dos Blindados no combate de Múltiplos Domínios foi tema da primeira palestra do evento. O General de Divisão Sérgio Luiz Tratz, Chefe do Centro de Doutrina do Exército, fez uma explanação sobre a evolução dos modelos de ação de choque em cada era histórica, analisando as principais guerras e as mudanças nas formas de combate. “Existe o conceito de multidomínio na nova era. Ações de combate marítimo, terrestre, aéreo, cibernético e espacial. Contudo, o domínio terrestre ainda é indispensável para alcançar os objetivos estratégicos”, afirmou.

O General reforçou que veículo blindado continua sendo um aspecto central da doutrina militar. “As forças blindadas continuam com a mesma importância desde a 2a Guerra Mundial, com seu papel multitarefas. Ações altamente móveis, particularmente as de caráter ofensivo”.

Adestramento

Para que os comandos de operações terrestres sejam empregados com eficiência, novas tecnologias foram implantadas para a preparação de grandes efetivos no sentido de manter a tropa habilitada. Enfocando este conceito, o General de Brigada Marcelo Carvalho Ribeiro, Comandante da 6a Brigada de Infantaria Blindada (6a Bda Inf Bld), apresentou em sua palestra: O sistema de adestramento militar.

Ele destacou que as tropas passam por uma série de certificações e treinamentos com simuladores de combate para chegar ao apronto operacional. A implantação desse novo sistema, conforme o General Ribeiro, possibilita treinamentos com maior efetividade, diminuindo riscos e custos. “O uso do simulador reduz o desgaste do material, diminui tempo de custo e treinamento, melhora a retenção de conhecimento, neutraliza os riscos de acidente, gera mudança comportamental”, explicou o General.

O General informou que, no total, mais de 15 mil militares foram treinados e certificados com simuladores. Estes estão em totais condições para servir em qualquer parte do território nacional.

Dilemas

O Coronel R/1 Marco Antônio Caffe, Gerente Geral da Bae Systems, apresentou, em sua palestra, os dilemas e características apresentadas pelos blindados atualmente.

“A ferramenta de trabalho dos blindados que são basicamente os carros, deveriam ser uma associação perfeita de poder de fogo, proteção e mobilidade. Contudo, em sua análise, caso aumente a proteção blindada, a mobilidade e poder de fogo serão afetados em sua efetividade”, afirmou. Ele concluiu a explanação destacando que as demandas para uma força blindada, ainda se mantém, embora o campo de batalha tenha mudado.

O Futuro dos Blindados

Com o tema Geopolítica Atual e o Combate de Blindados do Futuro, o Coronel da Cavalaria R/1 Paulo Roberto da Silva Gomes Filho, Analista do Centro de Estudos Estratégicos do Exército, abordou, em sua palestra no BRAVS, o momento político e como os blindados estão inseridos no contexto.

O Coronel relatou que, atualmente, o uso dos Blindados continua sendo eficaz em uma situação de guerra. Em sua fala, o oficial demonstrou que o mundo continua instável. “Hoje, tem-se discutido a eficácia do uso de blindados. Mas as guerras não acabaram.

Investimentos com novas categorias de armas, militarização do espaço, ataques cibernéticos, provam que o uso dos blindados é necessário”, reforçou.

O Coronel Camilo Pereira Antunes, Comandante do Centro de Instruções de Blindados, também participou do evento e comentou que existem “ameaças” ao uso dos blindados, como por exemplo, os drones. No entanto, durante sua fala, o oficial demonstrou várias situações de guerra onde o uso dos blindados foi eficaz, principalmente no Oriente Médio.

Como tendências para o futuro, o Coronel comentou que os blindados com tecnologia russa são referência, como é o caso do modelo T 14, que aumenta a capacidade de sobrevivência na célula. “Pode-se incluir, a utilização também de robôs para missões específicas, para agregar ou suplementar alguma necessidade”, concluiu.

DIVULGAÇÃO: SFSales Assessoria e Editora

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