Comandante afirma que Força fica na ‘expectativa caso algo fuja do controle’
Por Daniel Weterman
“Clima de consternação, de choque e de preocupação. Muita incerteza e muita insegurança até que as coisas se definam”, disse o general, que deu uma palestra sobre defesa nacional na Fundação Fernando Henrique Cardoso, na capital paulista, ao lado do ex-presidente da República.
O comandante comentou ainda o decreto do presidente Michel Temer nesta quarta-feira autorizando o uso das Forças Armadas na capital federal até o dia 31 de maio, após manifestações causarem confrontos em Brasília e provocarem depredação e incêndio em alguns ministérios. O militar garantiu que as Forças Armadas iriam agir respeitando a Constituição e garantindo a democracia.
“Acredito que a polícia deva ter ainda a capacidade de preservar a ordem. Ficamos em uma situação de expectativa caso algo fuja ao controle”, disse Villas Bôas.
Ele negou que haja um risco para o direito às manifestações durante as ações. “Tanto as forças de segurança pública quanto as Forças Armadas estão empenhadas na preservação da democracia, na observância da Constituição e no perfeito funcionamento das instituições nacionais, a quem cabe encontrar o caminho para a solução dessa crise. Mas a nossa democracia não corre risco.”
Depois de falar que a corrupção ameaçava o futuro do País, Villas Bôas afirmou que os recentes acontecimentos envolvendo o presidente Temer complicam a situação ainda mais. “É um processo que estamos vivendo que vem de longo tempo. Realmente ameaçam o futuro. Mas tenho plena certeza, convicção, de que o País, a nação e as instituições vão ter capacidade de encontrar os caminhos, de buscar essa regeneração necessária e a gente retomar o caminho de crescimento e de evolução”, disse.
Ele afirmou que, no caso da saída do presidente Michel Temer do cargo, as Forças Armadas terão um papel de garantir o cumprimento da Constituição e afastou qualquer possibilidade de intervenção e ocupação do poder por parte dos militares.
FONTE: O Estado de SP